Eleições | 26/08/2010 18h59min
Em queda nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PSDB, José Serra, expôs nesta quinta-feira uma das principais preocupações da campanha tucana: o poder de transferência de prestígio — e de votos — do presidente Luiz Inácio da Lula para Dilma Rousseff (PT).
Em palestra a 150 diretores e presidentes de empresas do setor de máquinas e equipamentos, em São Paulo, Serra alertou:
— Ninguém governa um município, um Estado ou um país à distância.
— Por mais que se queira pensar o contrário, não se terceiriza o comando, a gente vai ter que ter isso muito presente daqui em diante".
O tucano usou uma analogia futebolística para tornar mais didático o aviso. Comparou o presidente a um técnico bem-sucedido que, ao ser chamado para treinar outro time, promete continuar a orientar a antiga equipe à distância.
— Isso é do mesmo realismo que imaginar que o Brasil possa ser governado pelo Lula fora do governo.
E aproveitou para fazer um apelo:
— Levo bronca de muita gente porque vou fazer palestra e não peço voto, então aqui vou pedir também voto.
Seguiram-se risos e aplausos.
Confortável diante de uma plateia simpática a ele, Serra falou por 45 minutos. O discurso foi pontuado por críticas à condução econômica do governo federal nas áreas de macroeconomia, infraestrutura, indústria e comércio exterior.
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