Política | 25/08/2010 17h10min
Divulgado nesta quarta-feira, o relatório final da CPI da Corrupção da Câmara Legislativa do Distrito Federal aponta que o "Mensalão do DEM" começou em Brasília há 10 anos, no então governo de Joaquim Roriz (PSC), hoje candidato a um quinto mandato de governador.
O documento não só afirma que a "podridão" do ex-governo de José Roberto Arruda "saiu das entranhas" de Roriz como diz que a eleição de ambos — Roriz em 2002 e Arruda em 2006 — "foram financiadas por recursos públicos desviados por esse esquema de corrupção". "O descaso com a lei, a absoluta falta de controle dos órgãos públicos, a ineficiência da fiscalização, a promiscuidade entre o público e o privado e a certeza da impunidade animaram um grupo considerável de pessoas a assaltar o Estado", afirma o relatório, aprovado por quatro dos cinco membros da CPI.
O deputado Batista das Cooperativas (PRP), aliado de Arruda, não participou da sessão. O parecer pede ao Ministério Público (MP) o indiciamento de 22 pessoas, entre elas Roriz e Arruda. De acordo com o documento, "a gênese" do esquema de corrupção está no Instituto Candango de Solidariedade, que, só no governo Roriz, gastou R$ 1,9 bilhão.
Entre 1999 e 2009, segundo o parecer, as principais áreas do governo das quais foram desviados recursos públicos foram: informática, publicidade, terras públicas, coleta e tratamento de lixo, do Departamento de Trânsito (Detran) e do Banco de Brasília (BRB). As empresas citadas no inquérito da Operação Caixa de Pandora receberam, entre 2000 e 2009, R$ 4,2 bilhões em contratos.
O esquema, de acordo com o relatório da CPI, era operado por meio de contratações emergenciais com dispensa de licitação, atrasos nos pagamentos e prestação de serviços sem cobertura contratual para posterior reconhecimento de dívida de modo ilícito, "além de outras formas espúrias que a engenhosidade dos corruptos cria para conduzir a gestão pública em seu proveito pessoal".
Indiciados
Além de Roriz e de Arruda, o relatório do deputado distrital Paulo Tadeu (PT) pediu o indiciamento de Paulo Octávio (ex-vice-governador), Leonardo Prudente (ex-deputado distrital), Benjamin Roriz (ex-secretário-adjunto de relações institucionais), Domingos Lamoglia (conselheiro afastado do Tribunal de Contas, ex-chefe de gabinete de Arruda), José Geraldo Maciel (ex-chefe da Casa Civil), Welligton Moraes (ex-chefe da Agência de Comunicação), Fábio Simão (ex-chefe de gabinete de Arruda), Marcelo Toledo (policial aposentado e empresário) e Marcelo Carvalho de Oliveira (executivo das empresas Paulo Otávio).
Também foram indiciados Luiz Paulo Costa Sampaio (ex-presidente da Agência de Tecnologia da Informação), José Humberto Pires (ex-secretário de governo), Fernando Antunes (ex-presidente do PPS no DF), Gibrail Gebrim (ex-gestor da Secretaria de Educação), Roberto Gifonni (ex-corregedor do DF), Ricardo Penna (ex-secretário de planejamento), Gilberto Lucena (dono da Linknet), Maria Cristina Bonner (empresária e dona TBA), Eurides Brito (ex-deputada distrital), Júnior Brunelli (ex-deputado distrital) e Omézio Pontes (ex-assessor de Arruda).
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