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Eleições  | 25/08/2010 03h03min

PSDB gaúcho cobra vigor de Serra para atingir eleitorado do Estado

Em Porto Alegre, presidente da legenda ouviu queixas de correligionários incomodados com o comportamento do candidato

Vivian Eichler  |  vivian.eichler@zerohora.com.br

No segundo dia de sua visita ao Rio Grande do Sul, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), passou a maior parte de sua agenda ouvindo cobranças e queixas. Tucanos gaúchos avaliam que, até agora, a campanha presidencial de José Serra não decolou no Estado.

Odirigente desembarcou em Porto Alegre na noite de segunda-feira com a missão de reparar o mal-estar causado por um ato falho de José Serra em sua última passagem pelo Estado, dia 16 de agosto. Na ocasião, o candidato a presidente chamou Yeda Crusius de “Yeda Cruzes” e, ao encerrar o discurso, só pediu votos à governadora ao ser cobrado pela plateia. Guerra, porém, deparou com um cenário de desmobilização em torno da campanha nacional.

– Não se fala do Serra aqui – resumiu o deputado federal Ruy Pauletti, um dos participantes de uma reunião que ocorreu pela manhã com integrantes do diretório estadual do PSDB.

O Rio Grande do Sul acompanha a tendência nacional de queda na preferência dos eleitores por Serra – com o agravante de que, no Estado, Geraldo Alckmin teve melhor desempenho do que o presidente Lula em 2006. Os tucanos gaúchos reclamam da qualidade e do tom dos programas presidenciais na TV e no rádio, além de uma “desorganização” operacional.

No encontro com o senador, o diretório cobrou a falta de um “posicionamento respeitoso” de Serra em relação a Yeda e pediu que ambos apareçam juntos em pelo menos uma peça publicitária. No evento do dia 16, Serra, além de esquecer de Yeda, elogiou José Fogaça (PMDB). Guerra atribuiu o deslize ao fato de “o candidato andar com a cabeça cansada”.

Dirigente teve encontro a portas fechadas com Yeda

Apesar dos apelos, o senador não deixou esperanças de que Serra irá mergulhar na campanha de Yeda.

– Serra não faz campanha para governador aqui porque é apoiado por muitas forças, mas a preferência é, evidente, pelo partido dele – limitou-se a dizer o presidente tucano.

Questionado pela imprensa se Serra aparecerá na TV ao lado de Yeda, Guerra respondeu sem se comprometer com datas:

– É provável.

Guerra também conversou a sós com a governadora no Centro Administrativo.

– Nos momentos em que sofremos aqueles ataques violentos, ele esteve aqui várias vezes para entender a política do Rio Grande do Sul – comentou Yeda, que disse ter recebido a oferta de mais empenho do PSDB nacional na campanha estadual.

ZERO HORA
Tadeu Vilani  / 

Durante visita ao Mercado Público ao lado de Yeda Crusius, Sérgio Guerra recebeu um chimarrão sem água, mas não perdeu a pose
Foto:  Tadeu Vilani


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