Eleições | 18/08/2010 06h11min
Dois dias após deputados do PMDB aplaudirem José Serra (PSDB) em Porto Alegre, prefeitos do partido promovem a réplica hoje à tarde.
Líderes do Interior vão se encontrar no Hotel Everest, na Capital, para oficializar apoio à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Entre prefeitos e vices, 30 são esperados no evento, marcado para as 15h. O número de prefeitos e vices que apoiam a ex-ministra já chega a 200, segundo um dos organizadores da mobilização, João Carlos Gediel, que administra Quaraí, na Fronteira Oeste. Gediel afirma que nem todos vão estar presentes por conta da retomada dos trabalhos no Congresso:
— Muitos companheiros estão em Brasília, pressionando pela votação da Emenda 29 — justifica Gediel, referindo-se ao projeto que regulamenta, para a área da saúde, os recursos destinados aos municípios.
O ápice do movimento está previsto para a próxima semana, quando o grupo espera receber na Capital o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), vice na chapa de Dilma. Na reunião de hoje, a ideia é concluir um manifesto apoiando Temer e a petista. Depois, o texto será enviado para todos os prefeitos simpáticos à mobilização assinarem.
— Voto na Dilma por causa do Temer, que é o presidente nacional do partido — diz o prefeito de Cachoeira do Sul, Sergio Ghignatti, que não comparecerá ao encontro, mas é membro do Movimento dos Gestores do PMDB pró-Dilma e Temer.
A justificativa de Ghignatti está no centro da polêmica envolvendo a legenda. Enquanto o PMDB nacional fechou aliança com Dilma, a executiva gaúcha do partido preferiu adotar a neutralidade em relação à corrida presidencial. Isso porque a maioria dos parlamentares da sigla preferem Serra. A decisão da cúpula local, no entanto, fez com que a sigla no Estado rachasse em dois grupos: os serristas e os dilmistas.
O único parlamentar peemedebista favorável a Dilma é o deputado federal Mendes Ribeiro Filho. Segundo prefeitos ouvidos por ZH, é ele quem orienta os dilmistas nos bastidores. Por ser coordenador da campanha de José Fogaça ao governo do Estado — que se mantém neutra na disputa à Presidência —, Mendes prefere atuar com discrição. Mas é ele quem está tratando com Temer sobre seu encontro com os prefeitos, na Capital.
— Eu sempre ajudei prefeitos do meu partido, independentemente de ser na minha região ou não — diz o deputado, que não confirma nem nega sua participação.
Entre as principais prefeituras que apoiam Dilma, estão Cachoeira do Sul, Alegrete, Camaquã, Veranópolis e São Sebastião do Caí. Os prefeitos de Santa Maria, Cezar Schirmer, e de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, preferem acompanhar Fogaça no discurso da "imparcialidade ativa". Schirmer, porém, chegou a receber Serra na sua cidade em maio.
— Eu estou empenhado na eleição de Fogaça para governador, Germano Rigotto para senador, Mauro Pereira para deputado federal e Maria Helena Sartori para estadual — diz Sartori.
O deputado estadual Alceu Moreira, apoiador de Serra, afirma que boa parte dos prefeitos que aderiram ao movimento pró-Dilma não votarão nela.
— Eles precisam de recursos do governo federal, estão protegendo seus municípios. Imagina um prefeito, esperando R$ 6 milhões do PAC 2, ficar com a mácula de ter recusado essa mobilização. Ele vai, mas não quer dizer que prefere Dilma.
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