O candidato, Humberto Carvalho, que concorre ao governo do Estado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi o convidado desta sexta-feira da série de entrevistas promovida por Zerohora.com com os postulantes ao Piratini. Carvalho falou aos jornalistas da editoria de política de Zero Hora, Letícia Duarte e Adriano Barcelos, e respondeu a perguntas enviadas por eleitores.

Durante a meia hora de conversa, o candidato defendeu os dois principais eixos de sua campanha: o poder e a economia populares.

Para Carvalho, "salário não é renda, é uma contraprestação de serviço". Na sua opinião, renda seria considerada "fruto do capital", ou seja, provinda de aluguéis e arrendamento de terras. Por isso, em um eventual governo seu, os salários estariam isentos do Imposto de Renda (IR). 

— Os ricos pagarão imposto de altos ganhos — explicou o candidato.

O candidato ainda quer criar um controle sobre os mandatos eleitorais, no qual o eleitorado possa entrar com representações contra os candidatos eleitos e cassá-los em casos de corrupção, abuso de poder, entre outros.

— Se o povo é efetivamente o soberano, cabe a ele o exercício do poder — acredita Carvalho.

Veja a entrevista com o candidato Humberto Carvalho:




Educação

Uma das principais propostas do candidato no âmbito da educação é que os professores da rede pública de ensino trabalhem apenas em um turno, para que tenham tempo de estudar e "se atualizar": 

— O professor trabalharia um turno em sala de aula. À tarde, continuaria na escola à disposição dos alunos, planejando aulas, faria pesquisa.

Para concretizar este plano, Carvalho defende convênios com universidades para incentivar os professores a realizarem cursos de especialização e mestrado.

Infraestrutura

O candidato reclamou que a infraestrutura do Cais do Porto não é utilizada de forma correta pelo atual governo, o que também aconteceria com as ferrovias. 

— Os governos da oligarquia nacional e regional, ou das elites, preferem o transporte rodoviário, que é o mais caro e mais poluente — afirmou o candidato, que acredita que é preciso "repensar todo o sistema de transportes" no Estado.

Socialismo

Questionado por um eleitor sobre como é possível mudar a mentalidade da população gaúcha quanto à revolução socialista, Carvalho citou ideias de teóricos que diziam que "a transformação do socialismo só poderia ser feita em sociedades capitalistas avançadas".

Carvalho também afirmou que, por questões de "interesses legítimos", não se efetivou uma aliança eleitoral entre os partidos socialistas no Rio Grande do Sul: 

— Embora estejamos em três campanhas diferentes, estamos em uma frente de fato, lutando em prol do socialismo.

Segurança pública

Sobre a questão da segurança pública, o candidato diz que quer "trazer uma visão diferente": 

— Nós entendemos que é necessário a repressão ao crime, mas é necessário também a prevenção ao crime.

Saúde

Em matéria de saúde, Carvalho demonstrou preocupação com o aumento das ocorrências de doenças ligadas ao trabalho, que teriam triplicado nos últimos anos. O candidato propôs um convênio com a Fundação de Economia e Estatística para criar um setor que estude a questão do trabalho no Estado.

Para diminuir as doenças laborais e acidentes de trabalho, a proposta de Carvalho é criar medidas fiscais "que levem as empresas a diminuírem estes riscos".

No interior, a ideia é evitar a "terapia da ambulância", por meio da criação de hospitais regionais e clínicas móveis para os produtores rurais.

Reforma agrária

Favorável ao assentamento de famílias, o candidato diz que quer "entrar em contato" com movimentos que defendem a reforma agrária e criar um conselho popular que trate desta questão.

Meio ambiente

O candidato tem propostas para os pontos de desertificação no Estado: quer plantar espécies nativas da região a fim de que se restabeleça o equilíbrio nestas áreas.

Também pretende criar um sistema de vazão na pecuária e incentivar no criador a necessidade de plantar forragem para alimentar o gado.

Dívida pública

O candidato quer submeter a dívida pública a uma auditoria para decidir se o pagamento é legítimo ou não: 

— Vamos esclarecer os resultados da auditoria e o povo decide o que fazer. 

Confira o bate-papo do candidato com eleitores: