A primeira prestação parcial de contas dos partidos e coligações que concorrem ao governo do Estado traduziu em números o que já era sentido no dia a dia das campanhas: o dinheiro anda curto. Entre os três principais candidatos, Tarso Genro (PT) registra o maior montante de doações, com R$ 1,3 milhão.

Pelos valores apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira, e que serão divulgados amanhã, os três principais candidatos arrecadaram até R$ 2,4 milhões, apenas 5% da previsão total de R$ 47 milhões (veja o quadro).

Tarso já alcançou 13% dos R$ 10 milhões da estimativa de gastos com a disputa majoritária ao governo estadual. Até agora, a campanha de José Fogaça (PMDB) arrecadou 4,6% do que pretende gastar, e a de Yeda Crusius (PSDB), apenas 2%.

– Diferentemente de outros anos, a largada está mais tímida. Dificilmente vamos alcançar a nossa projeção de gastos – admite João Carlos Bona Garcia, tesoureiro da campanha peemedebista.

Além das novas regras que tornaram mais rigorosas as doações e deixaram os doadores muito mais precavidos e cautelosos, Bona Garcia observa que as campanhas, que costumavam começar cinco meses antes da eleição, agora estão bem mais curtas, reduzindo também o período de arrecadação. Segundo ele, isso pode ser até positivo, uma vez que reduz o impacto do poder econômico na eleição – sem falar que deixa as cidades mais limpas.

Apesar dos tímidos números iniciais, o tesoureiro do PSDB, Tadeu Martins, mantém a expectativa de arrecadar os R$ 23 milhões previstos. Ele aposta que, a partir do início do horário eleitoral e do possível crescimento de Yeda nas pesquisas, as doações vão se intensificar. Segundo Martins, o que pesa no custo da campanha não é o material de propaganda, mas os deslocamentos.

– Há poucos dias, fizemos um giro pelo interior do Estado e gastamos R$ 1,8 mil só em hotel, combustível e pedágios.

O PT já gastou metade do que arrecadou (cerca de R$ 650 mil), mas já comprometeu três vezes mais, segundo Estilac Xavier, administrador financeiro da campanha de Tarso.

As prestações de contas parciais são previstas pela lei eleitoral. A segunda parcial deve ser entregue pelos partidos ao TSE até 3 de setembro e será divulgada dia 6 de setembro.