Eleições | 31/07/2010 17h00min
A candidata do PV à presidência, Marina Silva, falou neste sábado de sua gratidão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— Tenho uma relação de gratidão e respeito pelo Lula, nunca fiz ofensa a ele por entender que militei por 30 anos (no PT) para ele chegar à presidência — disse ela, em entrevista ao programa Super Manhã, da Rádio Jornal do Commercio, de Pernambuco.
Apesar do elogio, a candidata voltou a criticar a postura do governo federal com relação ao meio ambiente:
— Minha saída do partido foi por não compreender a prioridade de não se juntar desenvolvimento econômico e meio ambiente no mesmo processo.
Segundo ela, por mais que tenha respeito pelo presidente Lula, isso não significa que nas questões que tenha que criticá-lo não possa fazer.
— No meio ambiente, infelizmente, o governo e o PT não compreenderam que não dá para ficar dizendo que quem defende o meio ambiente vai prejudicar o desenvolvimento econômico.
A candidata citou, como exemplo, a licença ambiental para a transposição do Rio São Francisco, que foi liberada durante sua gestão no ministério do Meio Ambiente.
Questionada por ouvintes sobre suas posições em relação ao aborto, descriminalização das drogas e casamento entre homossexuais, Marina, apesar de afirmar ser contrária, defendeu o debate e o plebiscito sobre os temas.
— Tem pessoas que diante do público religioso dizem que são contra o aborto, mas se estiverem diante de outro público vão dizer que são favoráveis. Essa é a política do engana que eu gosto. Eu não faço isso. Quem votar em mim sabe o que eu faço — disse.
Ela falou também sobre as manifestações preconceituosas que recebeu durante a campanha por ser cristã evangélica.
— Quero ter o direito de professar a minha fé. Estamos num Estado laico, que favorece os que creem e os que não creem.
Para Marina, não se pode evitar que os evangélicos tenham a sua linha política:
— Se os sindicalistas podem, por quê não os evangélicos?
A candidata, contudo, disse não ser uma religiosa envergonhada e rechaçou críticas de que seja uma pessoa preconceituosa, reacionária e fundamentalista.
— Isso não tem nada a ver com minha prática e nem com minha fé.
Em relação aos problemas de segurança pública, ela defendeu parcerias entre os governos Federal e estaduais, sem a necessidade de um novo ministério para tratar exclusivamente do assunto, numa crítica indireta ao presidenciável tucano José Serra, defensor dessa proposta. — Temos que acabar com essa história de que segurança pública é um problema só dos estados. Eu defendo a parceria, mas também precisamos fazer uma reforma na segurança, debatendo os problemas com as polícias civil e militar — afirmou, acrescentado ser necessário adotar um padrão de "piso salarial digno" aos policias no Brasil.
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