Em entrevista ontem ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que não é “um poste”. Segundo a petista, existe uma “confusão deliberada” entre experiência administrativa e experiência eleitoral.

– Compreendo que alguns queiram dizer que eu sou um poste. Agora, acho que isso não me transforma num poste – afirmou, ao ser questionada sobre se “um poste” poderia ser eleito graças à alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A candidata também se disse favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo.

– Sou a favor da união civil. Acho que a questão do casamento é religiosa. Eu, como indivíduo, jamais me posicionaria sobre o que uma religião deve ou não fazer. Temos que respeitar.

E completou:

– Direitos civis básicos, direito à herança e a receber a aposentadoria do parceiro, são direitos civis e devem ser reconhecidos de forma civil.

A petista disse que tem uma relação “muito forte” com Lula e que deseja que ele seja seu conselheiro e “ajude a aprovar reformas importantes”. Ela afirmou que o fato de não ter experiência eleitoral pode ser “uma vantagem em um quadro que existe tanto desgaste” dos políticos.

Sobre as doações ocultas – que permitem que empresas doem aos partidos e não aos candidatos –, Dilma disse ser a favor de “doações bastante explícitas e transparentes”.

Defendeu também uma reforma política e disse que “seria prudente” que houvesse constituinte exclusiva.

Ao falar da segurança pública, Dilma citou as ações do Rio de Janeiro, Estado governado por seu aliado Sérgio Cabral (PMDB), em especial as unidades pacificadoras da polícia. A experiência “vai funcionar como referência”.

A candidata do PT foi a terceira postulante ao Planalto a participar do programa da TV Cultura. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já foram entrevistados.