Depois de ter a candidatura à reeleição oficializada ontem, durante a convenção do PSDB, em Porto Alegre, a governadora Yeda Crusius entrou no clima de campanha ao chamar seus adversários de “aloprados”. Yeda exaltou as ações de seu governo, como o déficit zero, e não citou, em discurso, o nome do candidato José Serra.

Questionada por jornalistas sobre o fato de não ter mencionado o nome do presidenciável do seu partido, Yeda disse ter cometido “um lapso”:

— É tão clara minha relação com Serra, o apoio nosso e o trabalho que vamos fazer para elegê-lo com uma grande diferença de votos no Rio Grande do Sul, que é até dispensável dizer. Na verdade, foi um lapso.

Havia menções a Serra no discurso de 12 páginas que Yeda não leu. Yeda chegou à Assembleia Legislativa por volta do meio-dia. Com capacidade para 600 pessoas, o Teatro Dante Barone estava lotado. Muita gente ficou de pé ou teve de acompanhar tudo do lado de fora, onde um telão transmitia o evento ao vivo.

— Foi a maior convenção da história do PSDB — disse o coordenador da campanha, Claudio Diaz (PSDB).

No palco, ao lado do vice Berfran Rosado (PPS), a candidata fez um histórico do mandato. Alvo de denúncias durante parte de sua gestão, Yeda atribuiu as acusações a “aloprados”, que teriam tentado desestabilizar seu governo ( “bando de aloprados” foi uma expressão utilizada pelo presidente Lula em 2006 para criticar petistas que tentaram comprar um dossiê com denúncias contra políticos do PSDB).

— Foram três anos e meio de uma guerra farroupilha. Uma ímpia e injusta guerra. Mas agora os resultados aparecem — disse Yeda, referindo-se ao equilíbrio nas contas do Estado.

Antes de deixar a convenção, a governadora ainda disse esperar que os adversários apostem na estratégia de comparação de governos. Mas sinalizou que não pretende se envolver em bate-bocas, embora admita que a “campanha não vai ter santo”:

— Você não pode ter um governador ou uma governadora que responda briga em porta de bar — resumiu.