Diante da urgência de definir até a quarta-feira o vice do candidato tucano à Presidência, José Serra, o PSDB inicia a semana com a missão de contornar a crise aberta com o DEM após a escolha do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para a chapa. Ontem, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), acirrou o clima de divergência com os tucanos e ameaçou indicar o vice à revelia do PSDB.

Maia avisou que, se necessário, levará o confronto até a convenção nacional do DEM, na quarta-feira.

— Vamos esperar Serra indicar um nome do DEM. Se não indicar, vamos aprovar nosso nome — disse, no Rio.

O ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) afirmou acreditar na “autoridade” de Serra para solucionar o impasse.

— Ele vai conseguir construir a unidade em torno do seu nome e do vice que achar mais adequado – ressaltou ontem, após participar da convenção do PSDB na capital mineira.

Já o secretário-geral do PSDB, deputado federal Rodrigo de Castro, comparou o episódio a uma “briguinha de casal”:

— No café da manhã, resolve.

Antes da convenção mineira, Castro havia dito que é legítimo um partido da “dimensão” do DEM reivindicar o posto de vice, mas frisou que se trata de “uma construção delicada”.

No sábado, durante convenção do partido em Cuiabá (MT), Dias voltou a afirmar que era candidato a vice de Serra, apesar da resistência do DEM em aceitar seu nome na chapa. Os democratas também reclamam do fato de o anúncio da escolha de Dias ter sido feito por Roberto Jefferson, do PTB, que, junto do PPS, apoiou a decisão.