| 21/06/2010 13h44min
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou que a petista e sua adversária na disputa, Dilma Rousseff, deveria ter pedido desculpas e afastado imediatamente os assessores acusados de envolvimento na montagem de um suposto dossiê contra o tucano. Durante gravação do programa Roda Viva, da TV Cultura, neste sábado, ele novamente atribuiu a Dilma a fabricação do documento.
— Não sei se ela (Dilma) tinha (conhecimento), mas ela é responsável — disse.
O programa vai ao ar nesta segunda-feira, a partir das 22 horas. Para Serra, o dossiê supostamente encomendado pela equipe da petista é material "requentado".
— Quem não gosta de ouvir fofoca — respondeu ao ser questionado se os dossiês seriam um mal necessário nas campanhas.
— O PT tem divulgado isso há muito tempo em seus blogs — afirmou.
— Quando se fala em dossiê, é bom que se diga fajuto.
Ele negou que sua campanha use a mesma estratégia para atingir adversários. No domingo, no intervalo do jogo do Brasil com a Costa do Marfim, que assistiu em uma quadra esportiva na zona leste, Serra foi categórico ao cobrar do governo Lula investigação.
— Tinha que ter uma comissão de sindicância, é o mínimo que se espera — disse.
Pouco antes, Geraldo Alckmin, candidato tucano ao governo do Estado, já havia apontado para o Planalto.
— O governo federal precisa explicar como é que o sigilo da Receita é quebrado. A sociedade brasileira espera explicações.
Apesar de os petistas negarem a produção do dossiê, o PSDB insiste em responsabilizar a candidata do PT pelo episódio.
— A principal responsabilidade por esse novo dossiê é da candidata Dilma Rousseff. Disso eu não tenho dúvida, assim como o principal responsável pelo dossiê dos aloprados foi o Aloizio Mercadante e como a principal responsabilidade por dossiês em 2002 foi do Ricardo Berzoini — disse Serra no primeiro comentário público sobre o episódio, no início do mês, logo depois das denúncias publicadas pela revista Veja.
Privatização
Na entrevista ao Roda Viva, Serra falou também sobre economia, segurança e educação, além de ter defendido a união civil de homossexuais, mas não o casamento, e se posicionado contra a descriminalização da maconha. Ao abordar a privatização, assunto sensível ao PSDB, o tucano procurou mostrar em que pontos tentará marcar diferenças com as políticas do governo Lula.
Questionado se levaria para o resto do País a política de privatização de estradas do Estado de São Paulo, demonstrou considerar a possibilidade.
— Mas uma coisa eu garanto: se for feito, vai ser bem feito — afirmou.
O presidenciável defendeu o modelo para os aeroportos brasileiros e criticou a concessão de empréstimos de bancos públicos para a fusão de empresas privadas, que classificou como o "modelo de privatização" do governo Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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