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 | 10/06/2010 17h30min

Cabral diz que está decepcionado com o PMDB devido à aprovação da emenda de Pedro Simon

Caso o Congresso derrube o veto presidencial, RJ entrará no Supremo Tribunal Federal (STF)

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse hoje que está decepcionado com os "companheiros do PMDB" devido à aprovação da emenda de Pedro Simon (PMDB/RS), que distribui os royalties do petróleo entre todos os estados e municípios brasileiros e não apenas aos produtores. Cabral disse que, por causa disso, nem ele nem o governador capixaba, Paulo Hartung, irão à convenção nacional do seu partido, que ocorre no próximo sábado.

— Foi uma decepção muito grande ver companheiros do PMDB nessa covardia, nesse achaque aos cofres públicos do estado e dos municípios do Rio de Janeiro. Faltou respeito ao povo do Rio de Janeiro e respeito ao companheiro do PMDB. Afinal, de todos os estados governados pelo PMDB, o Rio é aquele que tem o maior número de habitantes. Acabei de falar com o governador Paulo Hartung e nós não iremos à convenção no sábado. Não me sinto à vontade de ir à convenção, porque não senti de parte do PMDB, a solidariedade ao meu estado — disse Cabral.

Segundo o governador, mais importante do que ser filiado ao PMDB é representar o estado do Rio de Janeiro. Cabral disse que a emenda de Pedro Simon é "inconstitucional, ilegal e aviltante aos direitos federativos", mas afirmou que está confiante de que o presidente Lula vetará o texto, caso ele passe pelo Congresso Nacional.

Caso o Congresso derrube o veto presidencial, o estado do Rio de Janeiro entrará no Supremo Tribunal Federal (STF). Cabral afirmou também que, devido à incerteza gerada pela possível perda de receitas, o estado do Rio suspendeu todos os reajustes de servidores estaduais, com exceção daqueles ligados à segurança pública.

O governador levantou a possibilidade de um acordo político no Senado. Segundo ele, a emenda de Pedro Simon teria sido aprovada em troca da aprovação da capitalização da Petrobras, cujo projeto também foi votado ontem.

— Estão sacrificando o Rio de Janeiro para capitalizar a Petrobras. A Petrobras não é mais importante que o Brasil, não é mais importante que 16 milhões de habitantes do estado do Rio de Janeiro, não é mais importante do que 5 milhões de habitantes do Espírito Santo — criticou Cabral.

Cabral lembrou que, com a emenda de Simon, o Rio de Janeiro deve perder grande parte das receitas geradas com royalties e participações especiais do petróleo. Apenas em 2009, o estado e os municípios fluminenses arrecadaram R$ 7,5 bilhões com royalties e participações.

O prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes, do mesmo partido, também criticou o senador Pedro Simon, pela votação durante a madrugada de hoje.

AGÊNCIA BRASIL
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