| 25/05/2010 16h07min
Tudo bem que o Grêmio tem um projeto para fazer Victor uma espécie de Rogério Ceni do Olímpico, com identificação suficiente para imunizá-lo a eventuais falhas, como já acontece com o goleiro do Morumbi. Mas se os portugueses do Benfica quiserem mesmo levá-lo, é hora de vendê-lo.
Antes de Victor mostrar certa inconstância, diminuindo os milagres e aumentando os pecados a cada jogo, defendi que era bom negócio se desfazer dele.
Havia a possibilidade de o capitão disputar a Copa do Mundo com a Seleção Brasileira. As ofertas dos interessados seriam maiores, o que contribuiria dramaticamente para ajudar a liquidar o condomínio de credores, câncer que mina as finanças do clube e o impede de buscar os melhores jogadores no mercado.
Recebi vários e-mails indignados, alguns me condenado à fogueira. Como o torcedor agora anda desconfiado com o seu goleiro, talvez eu receba até elogios. Victor não foi para a Copa, mas ainda assim é o caso de aproveitar o interesse do Benfica.
Trata-se do atual campeão português. Está na Liga dos Campeões da Europa. Quer montar um bom time. Ainda não se sabe ao certo quanto o Benfica está disposto a pagar por Victor, mas o Grêmio deveria aceitar mesmo que tenha pouco mais da metade dos direitos econômicos do goleiro.
Liquidar com este condomínio de credores deve ser tão prioridade no Grêmio como ganhar um título. Desde que este problema nasceu no começo da década, com uma avalanche de dívidas trabalhistas a poluir a capacidade de investimento do clube, o Grêmio não ganha um título nacional importante.
O condomínio bateu nos R$ 30 milhões, foi reduzido a R$ 10 milhões pela atual direção depois das vendas de Douglas Costa e Réver, e agora pode ser virtualmente eliminado com uma boa venda de Victor — sem falar nos dividendos do plano de capitalização lançado recentemente.
Assim como garimpou Victor no mercado por uma ninharia, o Grêmio pode buscar outro goleiro. Ou investir em Busato, o goleiro bicampeão brasileiro de juniores que pega pênaltis como quem bate tiro de meta, se os goleiros ainda cobrassem tiro de meta.
Se o Benfica vier mesmo, que o Grêmio faça o negócio.
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