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Eleições  | 25/05/2010 03h24min

"Essa composição reafirma a nossa história", diz Tarso sobre coligação

Beto Grill, ex-prefeito de São Lourenço do Sul, foi escolhido para ampliar presença no sul do Estado

Doze anos depois, o PT conseguiu recompor ontem um triunvirato de esquerda para disputar o Piratini. PC do B e PSB anunciaram apoio a Tarso Genro e indicaram Beto Grill (PSB) como vice. A última vez em que os três partidos estiveram juntos no primeiro turno para o governo estadual foi em 1998.

Beto Grill é médico, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Cristal e São Lourenço do Sul. Comunistas e socialistas indicarão um dos candidatos da frente ao Senado – o outro será o senador Paulo Paim (PT) –, e concorrerão coligados nas eleições para Câmara e Assembleia.

– Desde agora, Tarso é o nosso candidato a governador. Hoje, estamos indo para uma candidatura que unifica novamente um campo político relevante no Estado – afirmou o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), que até a semana passada era pré-candidato a governador.

A deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B) completou:

– Estamos muito felizes porque estamos entre companheiros.

Beto Albuquerque definiu como “velhos companheiros” os dirigentes de PT e PC do B que acompanharam o anúncio da frente, na sede dos comunistas na Capital. Ele lembrou que os três partidos caminham próximos desde 1989, participam do governo Lula e apoiam a candidatura de Dilma Rousseff (PT) para a Presidência. E, por ter recusado a hipótese de ser vice de Tarso, brincou:

– Se queriam um Beto de vice, aí está.

Nascido em Pelotas há 55 anos, Beto Grill vai para sua segunda eleição majoritária seguida ao governo do Estado. Em 2006, ele fez 36,8 mil votos e ficou em sétimo lugar. Além de ser um dos nomes mais fortes do partido, Grill é uma tentativa de buscar votos na zona sul do Estado.

– É um desafio, mas um desafio positivo. Estamos convencidos de que Tarso representa o melhor para o Estado retomar o caminho do desenvolvimento, e, por isso, o PSB decidiu apoiá-lo com muita tranquilidade.

Após considerar “legítima” a vontade de Beto Albuquerque de disputar o governo, Tarso disse que vinha negociando há uma ano com as legendas.

– Essa composição reafirma a nossa história, mas é uma composição de um novo tipo, de uma nova época.

Desafio é curar feridas e superar queixas contra PT

Durante os próximos dias, os três partidos deverão definir o outro concorrente ao Senado e os suplentes. Também deverão buscar alianças com outras siglas. O PTB, que sustenta a candidatura do deputado estadual Luis Augusto Lara, é um dos possíveis alvos.

Consciente das queixas dos antigos aliados, Tarso garantiu que PSB e PC do B terão ampla participação na campanha e num eventual governo. Há anos, comunistas e socialistas acusam o PT de usá-los para ganhar eleições sem dividir o poder depois.

Tarso destacou que pretende “valorizar os aliados”. Prometeu que os partidos serão protagonistas na campanha, com direito a opinar sobre os principais temas. Além disso, participarão de um eventual governo. O recado de Tarso mirava nos aliados e nos próprios colegas do PT. Foi a tendência petista de concentrar o poder que afastou o PSB da sigla nos últimos pleitos e retardou a confirmação da aliança.

O presidente do PSB, Caleb de Oliveira, admitiu que a promessa do PT de conduzir a aliança de forma diferente foi um dos pontos que mais pesou para a união. Outros petistas, como o deputado estadual Adão Villaverde e o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, insistem na mudança de rumos.

– O PT aprendeu a lição – diz Jairo, garantindo que a sigla descobriu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a formar governos de coalizão.

ZERO HORA
Jefferson Botega / 

Ao lado de Beto Grill, Tarso prometeu maior protagonistmo ao PC do B e ao PSB
Foto:  Jefferson Botega


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