clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

 | 18/05/2010 15h10min

Brasil quer participar com Turquia das negociações do Grupo 5+1

Governo brasileiro afirmou que não há pretensão de formar um novo grupo

O Brasil deseja participar junto com a Turquia das negociações do chamado Grupo 5+1 sobre o programa nuclear iraniano, disse hoje em Madri o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.

O Grupo 5+1 é formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Reino Unido, China, Rússia, Estados Unidos e França) mais a Alemanha para tratar do polêmico projeto atômico do Irã, acusado pelas potências ocidentais de ter fins bélicos, o que é negado por Teerã.

Em declarações à imprensa, Garcia assinalou que "seria normal e desejável" que Brasil e Turquia pudessem participar de boa parte das negociações, mas afirmou que não há nenhuma "pretensão de formar um novo grupo".

— Não acho que seja necessário formalizar um G8 — esclareceu Garcia, lembrando que Brasil e Turquia são membros não-permanentes do Conselho de Segurança das ONU.

Os dois países conseguiram nesta segunda-feira obter um compromisso do regime iraniano para o enriquecimento de urânio no exterior. Segundo o acordo, o Irã deverá enviar à Turquia 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5%, recebendo de volta no prazo de um ano 120 quilos do combustível enriquecido a 20%.



De acordo com Marco Aurélio Garcia, a ideia era, em "primeiro lugar, impedir as sanções e sair do conflito rumo à negociação".

O que nos interessa agora, prosseguiu, é o apoio ao acordo de países "importantes como China, França e Rússia".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve hoje em Madri um encontro bilateral com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no marco da 6ª Cúpula União Europeia-América Latina e Caribe.

A França reconheceu hoje os esforços do Brasil para solucionar a crise nuclear com o Irã, mas advertiu que é preciso esperar que este país envie à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) o documento pactuado por escrito.

Além disso, Garcia disse que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, está desenvolvendo uma "intensa atividade telefônica" e que ontem falou com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

Garcia considerou que, com o acordo, se busca "criar confiança" e dar um passo importante nas negociações. Ele assegurou que não foi uma "decisão fácil" para o Irã.

Segundo ele, Lula insistiu muito em dizer que ir a Teerã era "uma aposta arriscada", que inclusive poderia "comprometer a pretensão" do Brasil em conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Além disso, a viagem de Lula ao Irã ocorreu meses antes das eleições gerais de outubro, e em meio às discussões políticas sobre os prováveis candidatos.

Em tom irônico, Garcia lembrou que um ex-ministro disse que as oportunidades que tínhamos era como jogar na loteria.

— Pois ganhamos — afirmou. E não foi "sorte", mas muito trabalho.

Sobre o acordo, Garcia disse que o documento "reproduz em grande medida" a carta que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou a Lula há três semanas.

EFE
Nuvem Esperança

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.