Depois do tucano José Serra fazer sua incursão pelo Estado, agora é a vez da principal adversária, Dilma Rousseff (PT). Apostando no impacto econômico do polo naval, que prevê a injeção de R$ 14 bilhões no Estado até 2015, o PT usará o desenvolvimento de Rio Grande como trunfo para se fortalecer na corrida presidencial.

A movimentação já começou: hoje, a ex-ministra participa pela manhã de seminário sobre os investimentos federais em Rio Grande.

Para o próximo dia 31, é aguardada a visita de seu principal cabo eleitoral à cidade: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve inaugurar o dique seco.

Yeda não deverá comparecer a evento

Presente nas negociações para a retomada dos investimentos da indústria naval brasileira, promessa de Lula na campanha vitoriosa de 2002, Dilma tenta associar a seu nome a ideia de que é a mãe do polo naval. Para tal, usa sua biografia. Nos dois mandatos, é figura ativa no processo, seja no comando do Ministério de Minas e Energias ou da Casa Civil. Além do dique seco, o governo federal ainda despeja na região milhões em obras no porto marítimo e na duplicação da estrada Rio Grande-Pelotas (BR-392).

– Com certeza ela (Dilma) foi uma das cinco pessoas que mais batalharam no país para que o polo naval viesse para o Estado. A plataforma de campanha é grande, mas este é um tema fundamental para os gaúchos – afirma Paulo Ferreira, ex-tesoureiro nacional do PT e pré-candidato a deputado federal.

Dilma ainda se beneficiará da ausência da governadora Yeda Crusius (PSDB) – que também deverá se associar ao sucesso do investimento na corrida ao Piratini. A tucana cancelou sua participação no evento ontem à tarde. O deputado Claudio Diaz (PSDB) lhe representará. O seminário ainda reúne outras figuras, como Gerson Almada, presidente da Engevix, construtora responsável pela fábrica de cascos do dique seco.