Fracassou a tentativa da British Petroleum (BP) de conter parte do vazamento de petróleo no Golfo do México. O objetivo era cobrir os pontos pelos quais o petróleo escapa, no fundo do mar, com uma grande estrutura de aço e concreto.

No entanto, quando os técnicos da BP tentavam baixar o domo de contenção até o local do vazamento, a 1,6 mil metros de profundidade, cristais de gelo se formaram no interior da estrutura e entupiram a saída por onde o petróleo subiria à superfície para ser coletado por um navio petroleiro. Nunca um domo de contenção, como é chamada a estrutura de 12 metros de altura e cem toneladas, havia sido usado em uma profundidade tão grande. Apesar do insucesso inicial, a empresa não jogou a toalha.

– Eu ainda não diria que a tentativa falhou. O que estamos fazendo agora, e acho que faremos pelas próximas 48 horas, é perguntar: “Será que existe um jeito de superar esse problema?”– declarou Doug Suttles, chefe de operações da BP.

Ontem, a empresa informou que está estudando a possibilidade de instalar uma estrutura menor sobre o poço. Em tese, ela seria menos vulnerável ao gelo, já que conteria menos água.

Enquanto isso, a mancha de petróleo na superfície do mar avança em direção à costa americana, depois de chegar às Ilhas Chandeleur, na quinta-feira, no Estado americano da Louisiana, uma reserva ecológica.

O vazamento de petróleo, que pode ser o pior da história dos EUA, ameaça provocar um desastre econômico e ecológico nas praias, refúgios naturais e áreas de pesca no Golfo do México.

Autoridades investigam a empresa

As autoridades americanas tentam determinar se a empresa petrolífera British Petroleum (BP) cometeu falhas na operação da plataforma Deepwater Horizon, palco de uma explosão em abril que provocou o vazamento de petróleo no Golfo do México.

– Enviei representantes do Departamento de Justiça para ver o que podemos fazer a respeito do que aconteceu e descobrir se houve falhas na conduta por parte da BP – disse Eric Holder, secretário de Justiça dos EUA.

A BP já é alvo de uma série de ações na Justiça, movidas por profissionais da pesca ou do turismo, que sofrem as consequências da maré negra.