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Política  | 10/05/2010 03h27min

Após série de escândalos, Assembleia gaúcha reduz gastos

Na comparação com 2007, Casa teve economia de R$ 5 milhões em 2009

Adriana Irion e Elton Werb  |  adriana.irion@zerohora.com.br e elton.werb@zerohora.com.br

Marcada por uma sucessão de escândalos envolvendo o descontrole nos gastos, a Assembleia Legislativa tenta ampliar a eficiência na gestão. No ano passado, o Legislativo gastou cerca de R$ 42 milhões com o seu custeio anual, R$ 5 milhões a menos do que em 2007, época em que veio à tona a denúncia da fraude dos selos.

A redução de custos atinge as principais despesas da Casa – telefone, transporte, impressos, diárias, prestadores de serviços, compra de material e correspondência. Só com o café foram R$ 22 mil a menos no ano passado, em relação a 2007, segundo relatório preparado pela presidência da Assembleia a pedido de ZH.

– Podemos cortar pelo menos mais uns R$ 3 milhões. Só que agora será muito difícil, um ajuste mais fino – diz o diretor administrativo e financeiro Jorge Luís Tonetto.

O relatório demonstra melhor controle, mas há onde avançar. A Casa ainda gasta R$ 101,8 mil ao ano por conta da devolução de correspondência endereçada de forma errada.

Em 2007, técnicos da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage) vasculharam as contas da Assembleia durante 45 dias e constataram o descontrole, a ponto de oferecer um ambiente propício ao desperdício e a fraudes – como a do selos, o esquema de compra, com dinheiro público, de selos postais supostamente para uso oficial, mas que acabam desviados para outras finalidades. Três anos após o caso vir à tona, a vida do pivô do escândalo, Ubirajara Amaral Macalão, ex-diretor da Casa, foi tema de reportagem de ZH de ontem.

Com a descoberta da fraude dos selos, outros problemas de má gestão se tornaram públicos: do pagamento indevido a funcionários e a empresas terceirizadas a suspeitas de irregularidades no departamento de informática, do desperdício de dinheiro com o endereçamento incorreto de correspondência ao mau uso de celulares e veículos. Para completar o cenário, a Casa não conhecia o destino de 800 quilos de açúcar e 600 de café que eram comprados mensalmente.

Diretor prevê ampliação nos investimentos

Diante da repercussão negativa, os deputados resolveram adotar medidas de gestão, como um controle mais rígido sobre celulares. O custo de prestação de serviços de informática, por exemplo, foi reduzido em 40%. Também foram eliminadas distorções que geravam enormes despesas, como a falta de padronização dos impressos. A redução foi de 91,5%.

Tonetto espera fazer agora o ajuste fino. O plano prevê, por exemplo, a formação de 20 novos gestores. Também espera que, com a economia que vem sendo feita, a Casa retome os investimentos, que caíram nos últimos anos. Segundo ele, entre outras necessidades, a Assembleia precisa de novos computadores e cadeiras.

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