| 28/04/2010 07h10min
Não há jogador que goste de ficar no banco de reservas, principalmente em jogos importantes. No Grêmio, não é diferente. O técnico Silas tem seu jeito de trabalhar essa situação com os atletas, transmitindo sempre sua filosofia de que um clube alcança conquistas quando se tem grupo. Ele diz que todos precisam entender que vão jogar entre os titulares sempre os 11 que estiverem em melhor momento.
– Não é fácil para o jogador administrar essa situação, mas é preciso entender que todos os times que ganharam coisas importantes, contaram com a força do grupo. Não tem como fugir. E o próprio resultado faz eles entenderam que o momento é de um e não de outro. Vai jogar aquele que tiver que jogar mesmo – disse Silas em entrevista coletiva nesta terça.
O treinador acredita que o Grêmio tem um bom grupo, e faz questão de ressaltar os garotos que apareceram bem quando tiveram oportunidades. Neuton foi o último que teve chance e mostrou qualidade.
– O cara que está fora tem que saber que a oportunidade vai aparecer. O Fábio Santos vinha muito bem, deslanchou, e agora apareceu o Neuton, que nesse primeiro jogo (Gre-Nal) já confirmou a escalação dele para o próximo (contra o Fluminense, na quinta) – comentou.
Na próxima partida, que será pelas quartas de final da Copa do Brasil, contra o Fluminense, no Maracanã, Silas terá que fazer mudanças mais uma vez. Ferdinando se lesionou contra o Inter, no domingo, e para por três semanas. Fábio Santos segue fora se recuperando de lesão no pé. Maylson está em fase final de tratamento de lesão muscular na coxa. Assim, Adilson será um dos volantes, e Neuton segue na lateral-esquerda. Douglas volta ao time, mas Hugo e Leandro apareceram bem nos últimos jogos e Silas mantém a dúvida no meio-campo.
A filosofia do técnico já é seguida pelos jogadores. Para Adilson, os "substitutos" também são responsáveis pelas vitórias.
– A gente sabe que não é mais com 11 que se ganha jogos, é com os que entram também. Isso é resultado do trabalho. Infelizmente o Ferdinando se machucou, e a gente tem que estar pronto. Eu me sinto pronto – destacou o volante.
Polivalência
Uma das características de Silas também é descobrir e testar as várias qualidades de seus jogadores. O treinador gosta de atletas polivalentes, que possam corresponder em mais de uma posição. Atualmente, ele vinha treinando o zagueiro Neuton na lateral-esquerda, e deu certo. Com Fernando foi feito o mesmo trabalho. O volante também joga de meia-direita. Mithyuê chegou como meia, mas também treina como segundo atacante. Maylson era volante e hoje já se firmou como meia. São apenas alguns exemplos.
– O Fernando já trabalha como meia-direita faz uns cinco meses aqui no Grêmio. Até porque o Maylson está fora, eu tenho que ter mais opções – comentou o treinador.
Mas não é só dos jogadores mais novos que Silas tenta abrir o "leque" de opções em campo. O atacante Borges, por exemplo, é trabalhado para também sair em velocidade, com a bola dominada, como fazia na época em que jogava no Paraná. Hoje, a principal característica do jogador é fazer o pivô dentro da área.
– Além de fazer o pivô quase perfeito, ele é paciente para esperar uma bola. Agora estamos tentando abrir mais o leque do Borges. Ele também tem que voltar a fazer o que fazia no Paraná, quando saía em velocidade e ninguém alcançava ele – comentou.
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