| 17/04/2010 03h01min
O herói da classificação à final da Taça Fábio Koff assumiu o gol por hierarquia física. Caçula de uma família com nove filhos, sete deles homens, o então mirrado Jonatas Cunegatto era obrigado a ser goleiro nas peladas de infância. Neste domingo, defende a meta do Pelotas no Beira-Rio. Pronto para uma eventual decisão nos pênaltis.
– Eu não era ruim na linha, mas como ninguém queria pegar no gol, sobrava para o mais novo. Se chorasse, tomava cascudo – ri Jonatas, 30 anos, 1m88cm, forjado em campos esburacados e quadras de cimento de Santo Ângelo.
O processo iniciado nas Missões foi terminado nas categorias de base do Grêmio e aprimorado nas passagens por Guaratinguetá, Corinthians, Juventus-SP, Rio Grande e Ituiutaba-MG.
Jonatas chegou ao Olímpico em 1995, com 15 anos. Ficou até 2000. Vivenciou o auge da Era Danrlei, campeão da Libertadores, Brasileiro e da Copa do Brasil neste período. O guri se espelhou na entrega e personalidade debaixo das traves do colega mais velho.
– Ele crescia em finais e em Gre-Nais. Não deixava o time na mão em momentos decisivos – elogia.
O exemplo ensinou que confiança é palavra chave para um goleiro. Se o goleiro está bem, contagia o restante do time. Missão simplificada aos 30 anos.
– É uma idade ótima para a posição. Você conhece bem os teus limites, os atalhos e tem vigor físico. Tens como dar esta confiança ao grupo – justifica Jonatas.
Goleiro preza o posicionamento e dispensa defesas espalhafatosas
De fato, na semifinal contra o São José, o Pelotas acreditou em seu goleiro. Após ficar com dois jogadores a menos, segurou o 1 a 1 até a decisão por pênaltis. Confiante, o camisa 1 pediu ao capitão Gavião para que iniciasse defendendo. Sentia que ao menos uma cobrança pegaria. Pegou duas. Já em Pelotas, o reconhecimento: foi carregado pelos torcedores do ônibus até o vestiário da Boca do Lobo.
A performance vem da frieza e do trabalho. Jonatas preza o bom posicionamento. Dispensa defesas espalhafatosas. É reservado dentro e fora de campo. Avesso a badalações, adepto do chimarrão ao final de tarde e de conversas pelo MSN, respira futebol. Nesta fase decisiva da Taça Fábio Koff cumpre sessões diárias de cobranças de pênaltis.
Em casa, vê jogos na TV e vídeos no computador. Antes da semifinal, analisou pelo ClicEsportes a disputa entre São José e Inter-SM. Conhecia seus adversários. Para a decisão, repete a estratégia.
– Ao estudar o outro time, fico mais seguro – comenta o goleiro.
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