Para se debruçar sobre o que determina o maior ou menor grau de prosperidade dos países, o 23ª Fórum da Liberdade vai se focar em seis temas. Além de 18 debatedores, dois convidados especiais farão palestras hoje e amanhã na PUCRS: o presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Capitalismo

Já se disse que a crise de 2008 reprsentaria, para o capitalismo, o que a queda do Muro de Berlim foi para o socialismo. Quase dois anos depois do ponto mais agudo da turbulência financeira que sacudiu o mundo, o sistema econômico predominante no planeta parece ter restabelecido forças e desafia seus críticos. Por outro lado, também enfrenta desafios, como o equilíbrio entre o apetite por ganhos e a administração dos riscos associados, além da conciliação entre desenvolvimento e sustentabilidade.

Quem debate: Pedro Moreira Salles, Eliodoro Matte e Armínio Fraga

Quando: segunda, 20h30min

Socialismo

Depois de praticamente sepultado com o fracasso do modelo no Leste Europeu, o debate sobre o socialismo acaba de ganhar fôlego onde menos se esperava: nos Estados Unidos. Durante a polêmica votação do novo sistema de assistência médica do país, o presidente Barack Obama, que propôs e defendeu a mudança, foi chamado de socialista – no país do Tio Sam, uma séria acusação. Na América Latina, também provocam controvérsia medidas adotadas na Venezuela, na Bolívia e no Equador, com presidentes de orientação socializante.

Quem debate: Rodrigo Constantino, João Quartim de Moraes e Juan Fernando Carpio

Quando: terça, 9h

Inflação

Tema abafado pela crise, que provocou redução de preços em todo o mundo e acabou combatendo um surto de alta provocado pelos alimentos, a inflação está de volta. No Brasil, a alta causa preocupação desde o início do ano, e a discussão é se fechará dentro da meta de 2010, de 4,5%. Enquanto isso, na Argentina teme-se alta de até 25% para este ano, mas com dados extraoficiais, já que o instituto público encarregado de medir o índice oficial é acusado de manipulação.

Quem debate: Tom Woods, Stephen Kanitz e Ricardo Lopez Murphy

Quando: terça, 11h

Intervencionismo

Reforçado depois da crise, com participação estatal em empresas e bancos privados, o intervencionismo dos governos Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador) espanta os liberais. A mão pesada do Estado também é tema delicado na Argentina e até nos EUA, especialmente na saúde e no setor financeiro. No Brasil, promete ser um tema importante na campanha eleitoral, uma vez que os dois principais candidatos à Presidência – Dilma Rousseff e José Serra – são tidos como estatizantes.

Quem debate: Arthur Badin, Eduardo Marty e David Friedman

Quando: terça, 15h

Investimento estrangeiro

Um dos efeitos da crise de 2008 foi a intensificação do protecionismo, com impacto sobre o investimento estrangeiro. O livre fluxo de capitais é um dos valores mais apreciados pelos liberais – mas não só por eles. No Brasil, apesar das previsões de intensa entrada de capital internacional, atraído pelas perspectivas de crescimento mais acelerado, é possível que os recursos direcionados a investimentos de longo prazo não sejam suficientes, em 2010, para cobrir as saídas de dólares do país, invertendo a tendência dos últimos anos.

Quem debate: Xingyuan Feng, Fernando Navarrete e David Neeleman

Quando: terça, 17h

Política e ideias

No Brasil, o ano eleitoral será dominado pelo debate de ideias, especialmente entre Dilma e Serra. O embate de forças e de propostas deve avançar para a qualidade da representação política e o engajamento de empresários, passando pelo treinamento da gestão pública. A organização do fórum faz uma proposta provocativa ao ancorar o debate nas teses de Ludwig von Mises depois que John Maynard Keynes ocupou a atenção do planeta no pós-crise. Esses dois pensadores econômicos eram antípodas no terreno das ideias.

Quem debate: Jorge Gerdau Johannpeter, Fernando Henrique Cardoso e Jorge Quiroga

Quando: terça, 18h

Em gráfico, veja os destaques do evento: