Eleições | 12/04/2010 03h11min
Passada a euforia do lançamento da pré-candidatura de José Serra (PSDB) ao Palácio do Planalto, a oposição acelera a escolha de um vice para a chapa presidencial. Embora ainda não tenha desistido de convencer o ex-governador mineiro Aécio Neves a formar a dobradinha, a cúpula tucana busca alternativa no PP, sigla da base do governo Lula.
No sábado, Aécio chegou com duas horas de atraso ao encontro que aclamou Serra como candidato a presidente, em Brasília. Festejado pela militância tucana aos gritos de “vice”, o ex-governador mineiro fez um dos discursos mais contundentes, se colocou à disposição do partido e convidou Serra a começar a campanha por Minas Gerais.
– Estarei ao seu lado onde quer que eu seja convocado – disse Aécio, reacendendo as esperanças tucanas.
Ao final do evento, porém, Aécio reafirmou que pretende tirar 15 dias de férias e depois se dedicar à disputa por uma vaga ao Senado. Diante da resistência, os tucanos passaram a assediar
o senador Francisco Dornelles (RJ),
presidente nacional do PP. A indicação de Dornelles partiu do próprio Aécio, sobrinho do senador, e seria uma forma de compensar sua ausência na chapa. Na avaliação do tucano, a adesão do PP ainda tiraria preciosos minutos do tempo de TV de Dilma Rousseff (PT).
As negociações começaram há duas semanas, quando Dornelles se reuniu com Aécio em Minas, e foram intensificadas em reuniões no Congresso. Entre as promessas do PSDB, está um aumento na participação em uma eventual administração de Serra. No governo Lula, o PP detém apenas o Ministério das Cidades.
Antigo parceiro dos tucanos, o DEM, contudo, não se mostra disposto a abdicar da chapa presidencial. Mesmo enfraquecida por conta do escândalo do mensalão de Brasília, a legenda só admite abrir mão da vaga em nome de Aécio, de acordo com o líder dos democratas na Câmara, Paulo Bornhausen (SC):
– Nós preferimos Aécio como vice.
Sem a garantia de ter o ex-governador mineiro na
chapa, o DEM sugere alternativas como os senadores
José Agripino (RN) e Kátia Abreu (TO) e os deputados José Carlos Aleluia (BA) e Ronaldo Caiado (GO). A ideia é oferecer a Serra reforço no Nordeste, região onde o PSDB enfrenta dificuldades nas pesquisas e Lula tem índices recordes de popularidade. Em seu discurso no sábado (leia trechos ao lado), Serra valorizou a ideia de união:
– Se o povo assim decidir, vamos governar com todas e com todos, sem discriminar ninguém.
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