| 10/03/2010 05h01min
Jorge Fossati, D’Alessandro, Abbondanzieri e Guiñazu foram os mais assediados pela imprensa equatoriana no desembarque da delegação colorada, ontem, às 21h01min, no aeroporto internacional José Olmedo, em Guayaquil. Hoje, às 16h, a equipe embarcará para Quito e, após o desembarque, irá direto para o Estádio Olímpico Atahualpa, a fim de fazer reconhecimento do campo sob os 2,8 mil metros de altitude.
Antes de chegar ao Equador, Fossati aproveitou as seis horas de voo fretado entre Porto Alegre e Guayaquil para ajustar a estratégia colorada contra o Deportivo Quito.
Sentando na fileira da saída de emergência, ao lado do auxiliar Leonardo Martins e do preparador de goleiros Clemer, o técnico assistia a lances dos últimos jogos dos equatorianos em um laptop. Fossati analisava o vídeo, trocava ideias com os dois auxiliares e fazia anotações.
Após uma hora de análise, da poltrona 11 A, ele já havia rabiscado quase todo o campo de jogo com setas e
flechinhas, rabiscando a marcação do Inter
sobre os principais jogadores do Deportivo, as saídas para o ataque e os cuidados com os contra-ataques dos donos da casa. Rival do Deportivo Quito durante três temporadas, o ex-técnico da LDU não espera vida fácil.
– Sempre tivemos confrontos muito disputados, com vitórias e derrotas contra eles. Tomara que foquem em mim, me vaiem bastante e esqueçam do Inter – brincou.
O Inter vai entrar em campo sem medo da altitude. Pelo menos é o que espera um dos seus especialistas, convertidos em exorcistas do fantasma da falta de ar. Com experiência de três anos na altitude, que tanto ajudou a LDU em competições internacionais, a primeira lição da comissão técnica trata da mente.
– Na altitude, a fadiga psicológica é muito maior do que a física – afirma o preparador Alejandro Valenzuela. – Napoleão dizia a seus comandados: “Se vocês tiverem medo dos leprosos, aí sim que pegarão lepra”. Com a altitude ocorre o mesmo: ela ataca quem tiver medo. Não tem que
pensar nela.
Assim, o clube
desprezou a utilização de cilindros com oxigênio. Os jogadores não podem pensar que, depois de cada pique, poderão recuperar o fôlego com o recurso à beira do gramado. Isso os deixaria fracos. A cada jogada, não teriam a bengala para recuperar o fôlego. Haveria o risco de acomodação, segundo Valenzuela. Quem dribla em velocidade, como é o caso de Taison, pode ter maiores dificuldades. Por isso, a ordem é se poupar.
O médico Luiz Crescente também foi peça decisiva na montagem da estratégia. Com experiência em altitude desde a Copa Sul-Americana de 2005, ajudou a definir a logística. Ir para Quito hoje à tarde previne os efeitos mais danosos após 48 horas.
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