| 08/03/2010 16h27min
A direção pode negar depois da primeira investida. Mas o ambiente que começa a se criar no Olímpico, de dentro para fora, é muito parecido com o que culminou com a demissão de Vagner Mancini.
Não que o técnico Silas vá ser demitido agora por conta da indefinição de nomes e filosofia do meio-campo (12 formações em 13 jogos). Não se trata disso. Me refiro ao contexto todo.
A exemplo do que ocorreu com Mancini, o cerne da crítica está em cobrar um time com mais pegada e força de marcação. É a tese de ter ou não a cara do Grêmio, uma polêmica que também prejudicou Paulo Autuori.
Mancini também ganhava, como Silas. Mas levava gols e contra-ataques que a cultura recente de futebol gremista, moldada por Luiz Felipe Scolari
nos anos 90, não admite. Os treinadores que mais tempo ficaram no cargo depois de Felipão se esmeravam na
defesa: Tite e o seu 3-5-2, Mano Menezes e suas defesas quase intransponíveis, Celso Roth com seus flertes retranqueiros.
No Olímpico, quando o técnico não começa a montar o time de trás para frente logo surgem contestações. É o caso de agora.
Claro que há diferenças em relação aos dois episódios. A dupla presidente/vice de futebol age de maneira diversa. Paulo Odone e Paulo Pelaipe tomavam uma decisão e a aplicavam sem muita parcimônia. Duda Kroeff e Luiz Onofre Meira conversam, dão outra chance, esperam mais um pouco. O que, curiosamente, indica insatisfação graúda.
Para Duda e Meira irem aos microfones reclamar, é por que é grave. Hoje, à Rádio Gaúcha, Meira chegou a citar os nomes de Willian Magrão e Adílson como jogadores que deveriam assumir a condição de titulares já, avalizando Rochemback na reserva. Não é a prática habitual da dupla.
Pelo menos um
importante e influente dirigente gremista, com mais de uma passagem pelo
departamento de futebol, defende a saída de Silas no clube. E trata-se de um homem respeitado nos bastidores.
Caberá a Silas definir em que medida as críticas da direção ao seu trabalho ganharão contornos definitivos de Caso Vagner Mancini. Este não aceitou interferência de nenhuma espécie e se inviabilizou com o então presidente Paulo Odone e o vice de futebol Paulo Pelaipe.
E Silas, como reagirá?
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No Olímpico, quando o técnico não começa a montar o time de trás para frente logo surgem contestações
Foto:
Diego Vara
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