| 07/03/2010 15h44min
Atualizado às 16h30min
Está perto do fim a novela Walter. Na tarde deste domingo, o atacante quebrou o silêncio em entrevista à Rádio Gaúcha, após contato obtido pelo produtor Gabriel Cardoso, e respondeu a diversas perguntas, durante 43 minutos. Prometeu se reapresentar no Beira-Rio na tarde desta segunda-feira, 10 dias após ter sumido dos treinos. Porém, admitiu que voltará apenas por força de contrato:
— Só estou me apresentando porque eu tenho este contrato de três anos, senão não voltaria.
Walter listou alguns motivos para a sua atitude: os problemas financeiros dos seus familiares, as críticas do técnico Jorge Fossati após o jogo contra o Emelec, e as recusas do Inter em vendê-lo para Portugal no início do ano e também de aumentar o seu salário. Ele confirmou terem chegado duas propostas por ele, do Porto e do Almería, e o salário que ele receberia na Europa seria de pelo menos 100 mil euros
mensais. As informações foram negadas por Fernando Carvalho
depois. O dirigente afirmou que havia chegado apenas uma oferta, do Portimonense, da segunda divisão portuguesa.
O atacante demonstrou muita insatisfação com notícias que saíram na imprensa sobre ele, e também com o cerco que alguns repórteres fizeram ao seu prédio durante o "exílio" particular. Walter se negou a comentar a suposta saída da concentração antes do jogo contra o Emelec, e ainda comparou sua situação à de Adriano, do Flamengo, e Mário Fernandes, do Grêmio.
Confira outras declarações do jogador:
Sobre sua valorização no Inter
"Chegou uma proposta que seria boa para eles e para mim também. O Inter não me vendeu e ainda tentou trazer mais atacantes. Eu vi que o meu espaço no clube estava diminuindo. O Kléber Pereira não vem para ficar no banco, é um grande atacante. E tem mais o Alecsandro, o Taison, o Edu, todo mundo. Fiquei chateado por ter virado a sexta opção do time."
"Não ganho pouco, é um dinheiro que dá para viver, mas quanto mais
você ganha, mais você gasta. Quando eu vim da seleção, eu queria um reforço maior. Queria chegar e ser mais reconhecido."
"Querendo ou não querendo, a gente sabe que os meninos da base ganham menos. Jogador contratado de fora sempre chega ganhando mais. Mas em todo canto é assim. Nós da base precisamos de um retorno."
Sobre os problemas familiares
"Tem 10 pessoas que eu dou de comer lá em Recife. A família precisa de mim. Sou eu que ponho comida dentro de casa."
"Os meus familiares não estavam bem. Eu tive proposta para ser vendido, ganhar um dinheiro bom e o Inter não me liberou. Fiquei chateado. No início do ano, pedi aumento e eles não me deram. Fiquei chateado também. Mas agora é tentar voltar e começar tudo de novo no time B. Cada trabalhador tem seu momento difícil e eu tive o meu."
Sobre o contato com o empresário Téo Constantin, representante de Juan
Figer
"No momento difícil que eu estava, não queria atender nem meu
empresário, que veio me ajudar e eu não queria aceitar. E graças a ele, foi tudo resolvido."
Sobre Jorge Fossati
"Pela entrevista que ele deu, fiquei chateado. Mas não tenho nada contra ele, é um grande treinador, vou conversar com ele. Mas se disser que eu gostei é mentira. Eu dei o meu melhor naquele jogo, como sempre dou. E voltando de lesão, a gente trabalha mais ainda. Quem passou por lesão sabe."
Sobre problemas psicológicos de jogadores
"Tem uns problemas que não dá para entender, como é o caso do Adriano, agora de novo com problemas. Tem o Mário Fernandes, que sumiu também, pode perguntar para eles como fica a nossa cabeça. Fica bem louca. Tem coisas que nao dá para entender."
Sobre a relação com a torcida
"Peço desculpas para o torcedor do Inter, nao fiz por querer. Vestindo a camisa do Inter,
eu sempre tentei ajudar o máximo. Nesse último jogo, por exemplo, teve um lance que o jogador deles ia entrar
dentro da área, eu corri, puxei ele, fiz de tudo para não deixar ele chegar na frente do gol. Eu tenho carinho pela torcida, mas eles não entenderam isso que eu fiz."
Sobre a forma física
"Lógico que eu engordei um pouco em oito dias sem trabalhar. Mas vocês me viram passeando, viram que eu não estou gordo. E nunca cheguei perto de 100 quilos, como disseram. Em uma semaninha de treinos, eu volto ao normal."
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