Volto de férias e logo tenho a chance de entrevistar Jorge Fossati, o convidado do Bate-Bola da TV COM, ontem à noite. E, como se sabe, muito se diz nos intervalos do programa. É uma conversa aqui, outra ali, confidências que surgem no relaxamento natural produzido pela câmera desligada.

Nada tão grave assim, mas cuja reverberação óbvia de um programa ao vivo poderia render certos constrangimentos ao entrevistado. Foi o caso do experiente técnico do Inter, que soube a melhor forma de deixar claro o seu ponto de vista.

Em um dos intervalos, David Coimbra e eu conversávamos com ele sobre o time B. O Pedro Ernesto estava em Capão da Canoa, com o Fernando Carvalho ao seu lado, os dois morenos do sol. O Pedro menos tostado, o vice de futebol do Inter a indicar mais caminhadas na beira da praia, em Capão e em Punta del Este. O Maurício Saraiva, que tinha comentado o jogo na RBS TV, acomodava-se em Santa Maria, onde o Inter B empatara em 1 a 1 com o Inter-SM.

Enquanto não chegava o aviso para entrar no ar de novo, o papo descontraído produziu algumas revelações. Uma delas é como Fossati encara o Gauchão.

Mesmo que os titulares apliquem goleada no Juventude, quarta-feira, ele não vai se impressionar. O técnico uruguaio sabe que o nosso bem intencionado Gauchão não serve de parâmetro para quase nada.

Fossati chegou a concordar que trata-se de um campeonato bom para ver o que não serve. O resto, só mais adiante.

Outro bastidor acerca do que vai pela cabeça do uruguaio: poucos, talvez até nenhum dos jogadores do time B serão relacionados para a Libertadores.

Mesmo Walter e Leandro Damião, os dois destaques, terão de mostrar muito mais no grupo principal. Fossati entende que os adversários do Inter no Gauchão até agora foram muito fracos. Qualquer análise mais entusiasmada da gurizada, portanto, fica comprometida.

E, por fim: Fossati quer um atacante para chegar e se adonar de uma das vagas do ataque.

Está preocupado com a lesão de Marquinhos e com a temporada que fará Edu, mais um vez com problemas musculares. Como Taison virou incógnita e Walter e Damião são muito verdes na sua concepção, o sonho é com um atacante. "Só penso em atacante, atacante!", chegou a brincar o uruguaio.

O uruguaio, ao que parece, não é um técnico de se iludir facilmente. O que é bom para um ano de Libertadores.