| 10/01/2010 14h19min
A espera justifica a festa diante do final feliz. Numa negociação que durou quase três meses, o Vasco finalmente concretizou a contratação do volante Rafael Carioca.
O empréstimo de um ano assinado pelo Spartak Moscou no sábado marca uma vitória tanto do jogador quanto da cúpula cruzmaltina, mais precisamente do diretor-executivo Rodrigo Caetano, que manteve a perseverança mesmo diante da forte resistência dos russos. Para ter sucesso, o volante aceitou prorrogar por mais um ano o contrato com o clube da Rússia.
Rafael Carioca desembarcaria no Rio de Janeiro no começo da tarde deste domingo. Ele seguirá para Vila Velha, no Espírito Santo, onde o time realiza a pré-temporada, segunda de manhã. Depois da tão aguardada apresentação, o jogador segue diretamente para os exames e o começo dos trabalhos físicos.
Do aeroporto de Moscou, prestes a embarcar de volta ao Brasil, o jogador concedeu a primeira entrevista como jogador do Vasco e revelou o que o
convenceu a trocar o prestígio na Rússia
e a disputa de uma Liga dos Campeões pelo desafio de ajudar o Vasco a alcançar o seu grande objetivo no ano: uma vaga na Libertadores de 2011. Entre os motivos, uma dica: Carlos Alberto renovou com o Vasco em 2009 graças ao mesmo argumento. Falta apenas o volante se apaixonar pelo Gigante da Colina assim como o capitão.
Foram tantas reuniões, tantos meses de conversa. Como você está se sentindo neste momento, depois de tudo resolvido?
Rafael Carioca – A felicidade que eu estou sentindo agora é muito grande, a expectativa é maior ainda, é uma volta que todos queriam, o Vasco, a minha família e eu. Já estava tudo praticamente certo com o Vasco, mas infelizmente faltou um pouco de organização no calendário russo. Chegamos em Moscou no Natal e demos com a cara na porta no Spartak. A cidade estava com tudo fechado, as pessoas estavam fora, viajando. Esperamos o escritório do clube abrir para finalmente finalizarmos
tudo.
O que foi determinante para o Vasco
contratá-lo? Você teve sondagens de outros clubes em situação financeira melhor.
Rafael Carioca – O projeto que o Vasco me apresentou me convenceu, foi muito interessante. Percebi que era algo que realmente poderia dar certo na minha carreira. A disputa da Libertadores é muito importante, me classifiquei com o Grêmio, mas saí antes de jogá-la. Além disso, tem a questão do meu primeiro filho nascer em março deste ano. Eu gostaria muito que ele nascesse no Brasil, perto da minha casa, para quando estiver maior, a partir daí, pensarmos em voltar para o futebol europeu.
A amizade com Rodrigo Caetano, com quem você trabalhou no Grêmio, também contribuiu para este desfecho positivo?
Rafael Carioca – Eu converso muito com o Rodrigo, o meu relacionamento com ele é muito bom. Mesmo quando ainda não havia surgido a hipótese de eu sair, ele já me ligava para saber como eu estava. O
Rodrigo Caetano é um cara muito sincero, tenho total confiança no
que ele diz. Agradeço muito a ele pelo que aconteceu em minha carreira, foi ele que me tirou das divisões de base e me colocou no elenco profissional do Grêmio. Sou muito grato.
O time do Vasco contratou muitos jogadores desde o fim da Segunda Divisão. O que você sabe deste elenco atual?
Rafael Carioca – Antes mesmo de acontecer qualquer especulação a respeito de minha ida para o Vasco, eu já entrava na internet para acompanhar o desempenho nas competições, na Segunda Divisão. Eu ia ver como estava o time, tudo que estava se passando, até pela amizade com o Rodrigo. Conhecer mesmo, de conversar, conheço apenas dois jogadores do atual elenco: o Souza, que mora em São Gonçalo, perto da minha casa, e o Paulinho, com quem joguei junto na base do Grêmio. Será um prazer reencontrá-los.
Apesar de já ter uma passagem pela Europa no currículo, você ainda é muito novo. Como
será atuar ao lado de jogadores experientes e consagrados como Carlos
Alberto e Dodô?
Rafael Carioca – Esta é a oportunidade que qualquer jogador quer ter na carreira. Com a convivência com estes jogadores, nós aprendemosmuita coisa, sem dúvida alguma. Tenho certeza de que aprenderei demais com os dois durante a temporada. São jogadores fundamentais para a equipe do Vasco este ano e também para o futebol brasileiro.
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