| 23/12/2009 04h40min
Jefferson Botega
Fui ao Passo D'Areia ver a final do Brasileirão Sub-20. Se o nível técnico do campeonato não foi lá dos melhores, não se pode aplicar este conceito à decisão. Grêmio e Atlético-MG fizeram um bom jogo, com alternativas, dribles, lançamentos, propostas táticas bem definidas, aguerrimento. A vitória que deu o bi ao Grêmio teve tudo o que se espera de uma grande final.
Dito isto, vamos ao que me chamou atenção na calorenta tarde no Zequinha e seu telhado de zinco quente sob o pavilhão social.
Não há mais dúvidas: o Grêmio é uma fábrica impressionante de volantes.
Lucas saiu do Olímpico direto para o
Liverpool, com direito à Seleção Brasileira. Rafael Carioca jogou uma temporada e já rendeu alguns milhões de euros
ao cofres do clube ao ser negociado com o Spartak, de Moscou, em dezembro passado.
William Magrão seguiria o mesmo caminho não tivesse rompido os ligamentos do joelho no começo do ano. Vou além: este talvez trilhasse um caminho ainda melhor do que Lucas e Rafael Carioca. Pelos gols com mais assiduidade, as passadas largas e a velocidade. Sem Magrão, as portas do meio-campo se abriram para Adilson, que fecha 2009 como titular absoluto na primeira função.
Ontem, no estádio do Zequinha, eram três os volantes do meio-campo bicampeão brasileiro. A marcação forte amarrou o Atlético-MG que, salvo uma ou outra exceção no segundo tempo, não ameaçou a vitória gremista. Todos os três, aí está uma aposta fácil, vão ajudar o Grêmio no time principal, cada um a seu tempo.
O mais reluzente deles é Bruno Renan. Aos 18 anos, é Lucas moreno do Olímpico. O mesmo jeito de fazer o
time de jogar, a mesma capacidade de valorizar a posse da bola com passes
nem sempre comuns e de alta precisão. Se o travessão não estraga aquele leve toque por cobertura seria de Bruno Renan o gol do campeonato.
Fernando, 18 anos, é mais rígido, seco, duro. Jogador de esquema, disciplinado e cumpridor de tarefas. Ele e Bruno Renan se completam. Tanto que perderam as contas de quantas vezes fizeram a dupla de volantes nas seleções de base da CBF em torneios mundo afora.
Gérson é uma surpresa. É zagueiro. E ótimo zagueiro. Lembro dele arrasando na seleção brasileira sub-15, comandando o time campeão com a braçadeira de capitão. Depois vieram convocações sub-17 e sub-18, sempre como titular. É elegante, calmo, evita balões, pede para bater nas decisões por pênaltis.
No Brasileirão sub-20, o técnico Andrey Lopes o adiantou para completar o trio de volantes, pela direita. Saiu-se muito bem. Tem a cabeça tão no lugar que, questionado se era o caso de subir agora para
os profissionais respondeu ser mais produtivo não pular
etapas e aprender um pouco mais nas categorias de base. Recém completou 18 anos. É um jogador talhado para ser líder.
Conte comigo. São SETE volantes só para escrever esta coluna. Todos com trajetória reconhecida em seus estágios de carreira e elogios para além da Província de São Pedro.
O Olímpico transformou-se em uma incrível fábrica de volantes.
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