| 07/11/2009 04h05min
O telefonema de Zero Hora interrompeu uma partida de futvôlei ilustre. Dinho e o ex-companheiro de Grêmio Carlos Miguel treinavam para o Sul-Brasileiro do próximo fim de semana, em Cachoeirinha. Ainda ofegante, Dinho já sabia o tema da entrevista: – Sim, já sei, já sei. Eles querem contratar uns caras como eu.
Um jogador de técnica, com a raça de Dinho e a frieza de Luiz Carlos Goiano. Esse é o perfil estipulado pelo presidente do Grêmio, Duda Kroeff, como o ideal para as contratações de 2010. Dinho se sente lisonjeado, diz que é bom saber que não é apenas a torcida que sente a sua falta. O resgate de um ideal de jogador também é bem visto pelo volante campeão da América, e ele aponta um time que mantém essa prática:
– No São Paulo, sempre que sai um jogador eles procuram contratar outro com as mesmas características, para manter o estilo de jogo do time. Acho que é por aí mesmo, a gente tem de se espelhar no que dá certo. Se no Grêmio funcionaram caras como nós, que
eles procurem jogadores
parecidos.
O volante demora, no entanto, para identificar atletas em atividade com o seu perfil. Aponta Hernanes, do São Paulo, como um jogador que “sabe jogar e sabe marcar”, o colorado Guiñazu e cita ainda um ex-gremista. E colorado:
– O Tinga. Apesar da pouca estatura, compensa correndo e jogando no campo inteiro. É um grande nome.
A tranquilidade que beira à frieza, perfil que deu fama a Goiano e fazia com que ele rendesse fora de casa tão bem quanto no Olímpico, escondia uma outra característica. Ele exemplifica contando um episódio recente, quando foi convidado para assumir o Barueri, seu primeiro trabalho como técnico efetivo. Ao chegar em casa, a mulher lhe perguntou como ele se sentia:
– Respondi que eu estava era com medo. Eu sentia medo, sim. As pessoas riem, mas medo é uma característica importante dos vencedores. É claro que tu não pode deixar transparecer para o adversário, mas quando o cara tem medo, aprende a
respeitar.
Medrosos ou não, Goiano vê em
dois jogadores do Brasileirão com o futebol parecido com o seu, discreto, mas de grande qualidade técnica. Sandro, do Inter, e Marquinhos Paraná, do Cruzeiro. Goiano, no entanto, faz uma ressalva sobre a questão do perfil:
– Nada disso adianta se o técnico não souber equilibrar o time. Muito do mérito por aquele time era do Felipão, que soube colocar para jogar juntos um pessoal tão diferente.
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