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 | 24/10/2009 07h11min

Gre-Nais históricos do Brasileirão: gol de Jair embala o Inter em 1979

Príncipe Jajá relembra falta que colocou o time na rota do tri invicto

Em um sábado chuvoso, 7 de outubro de 1979, o Inter venceu o Gre-Nal 251 por 1 a 0, e engrenou uma campanha histórica que culminaria no título invicto do Brasileirão. O palco era o Beira-Rio, e o jogo era truncado como tantos clássicos. Até que brilhou a estrela de Jair, o príncipe Jajá, para definir um dos Gre-Nais mais importantes da história do campeonato nacional.

— Naquele ano, nós perdemos o Campeonato Gaúcho e fizemos um trato: iríamos entrar no Brasileiro para ganhar. Tínhamos uma equipe muito forte, com jogadores de técnica aprimorada. E com a dedicação do Gilberto Tim (preparador físico), que era o nosso incentivador, conseguimos ganhar esse campeonato invicto — relembra Jair, 30 anos depois.

Já no fim do segundo tempo, a partida caminhava para um empate. A equipe treinada por Ênio Andrade dominava a partida, mas não conseguia transformar a superioridade em gols. Muitos torcedores já estavam cansados da garoa que caiu durante toda a tarde sobre o Beira-Rio e começavam a deixar o estádio. O Inter atacava para o lado oposto ao do Gigantinho, como costuma fazer até hoje na etapa final dos jogos, quando ganha o sorteio de escolha do lado.

Foi quando o árbitro marcou uma falta próximo ao local onde Falcão e Jair haviam passado 40 minutos ensaiando uma cobrança especial na véspera. E a execução foi perfeita. Os dois jogadores partiram correndo juntos, Falcão em direção à bola e Jair ao lado, correndo em uma linha paralela. Falcão rolou sutilmente para Jair, deixando o príncipe Jajá de frente para o gol.

— Eu nem gostava de fazer isso. O batedor de falta nato não gosta, porque ele tem como referência a barreira. O segundo homem da direita para esquerda é a referência para bater no lado direito do goleiro. Então, o Falcão, o Ênio, o Gilberto Tim tentaram nos orientar para fazer esta falta tirando da barreira e nós conseguimos — conta.

Mas e a curva? De longe, Jajá acertou um chute fortíssimo, que fez uma curva impressionante em direção ao canto esquerdo de Manga, goleiro que havia feito história pelo Inter.

— É um dom que a pessoa tem e precisa aprimorar. Tem que bater 200 faltas depois dos treinamentos para adquirir a técnica (...) Eu tinha a carta na manga. Quando fui chutar, o Manga já estava preparado para cair no lado direito, onde eu deveria chutar. Troquei e fui feliz. Na hora, tem que ter criatividade.

Morando em Porto Alegre, Jair ainda não decidiu se vai ao jogo deste domingo, no Beira-Rio. Hoje, ele é técnico de futebol, mas está desempregado. Com anos de experiência no clássico gaúcho, ele conta como apreciava o Gre-Nal quando era jogador:

— Gre-Nal é considerado a partida mais difícil, mas para mim era a mais fácil. Eu queria que tivesse Gre-Nal toda semana, porque eu dava sorte. Uma partida difícil é onde o jogador tem a oportunidade de mostrar a sua técnica.

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