| 04/10/2009 09h55min
Divulgação
Para dizer o mínimo, é curioso.
Ele, execrado na Província de São Pedro, agora impõe um domingo de silêncio constrangedor ao futebol gaúcho.
Celso Roth, com o seu nada além de mediano Atlético-MG, venceu ontem o Barueri no Mineirão por 2 a 1 e voltou ao G-4. Atirou o Inter para o 5º lugar (44 pontos) e acomodou-se no 3º (47), ao menos até o fim da rodada.
O Grêmio, que ele deixou nas mãos de Paulo Autuori para delírio da torcida, é 6º (39). Mesmo que ganhe do
Sport hoje, no Olímpico, não entra no grupo da Libertadores. O Inter, para continuar nele, terá de vencer o Coritiba no Couto
Pereira. O Goiás (4º lugar, 45 pontos) pega o Botafogo no Serra Dourada.
Então, Celso Roth deve estar dando boas risadas da comunidade gaúcha em geral. Sejamos honestos: Celso Roth não foi demitido, mas deportado do Rio Grande do Sul após as derrotas nos Gre-Nais do Gauchão.
O ódio dos gremistas em relação ao seu treinador chegou a tal nível de intensidade que era o caso de temer pela segurança dele em Porto Alegre. Diante deste quadro radicalizado, pode-se dizer que a direção do Grêmio acertou em
mandá-lo embora. Além dos Gre-Nais, o torcedor nunca esqueceu a forma como o título do
ano passado escapou, depois da vantagem de 11 pontos sobre o São Paulo.
Em tempo: na sua última passagem pelo Inter a bronca não foi tão diferente. No Beira-Rio, ninguém quer ouvir falar de Roth. O “Fica Roth” dos colorados quando os gremistas gritavam “Fora Roth” é prova de que, no ódio, o técnico irmanou os dois pedaços da rivalidade.
Mas isso é passado. O fato é que Celso Roth está no G-4, enquanto Grêmio e Inter não estão. O que nos obriga a admitir que o execrado treinador talvez não seja tão abominavelmente desgraçado como imaginávamos.
Alguém dirá que o ano não acabou e, provavelmente, Roth mais uma vez não será campeão. É verdade. Talvez nem se mantenha no G-4. Mas que nós todos, a imprensa junto, tínhamos certeza de que a esta altura do campeonato ele estaria vegetando ali pelo meio da tabela, no limbo, isso ninguém pode negar. E aí está uma vitória pessoal de Roth sobre os gaúchos.
Mesmo a história do cavalo paraguaio, que larga na frente e chega atrás, é injusta neste momento. O Atlético-MG conseguiu superar um momento de instabilidade, no qual acumulou algumas derrotas vergonhosas _ uma delas para o Grêmio, no Olímpico, por 4 a 1 _ e tornou a somar pontos.
Celso Roth vai assistir aos jogos de Grêmio e Inter deitado no sofá de casa em Belo
Horizonte, os pés para cima, quem sabe tomando uma justa cervejinha.
Numa dessas até desligue a TV para ver algum filme, com algum desdém, tipo o ditado “o que vem de baixo não me atinge”. No caso, abaixo da tabela, bem entendido.
De qualquer forma, é um domingo para ser saboreado por Celso Roth, o gaúcho deportado. Que, faltando pouco mais de dez jogos para o fim do Brasileirão, está à frente de Grêmio e Inter com o seu medíocre Atlético-MG. Que coisa.
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