| 09/09/2009 05h30min
Montagem sobre fotos de Diego Vara, EFE e AP
É uma quarta-feira decisiva. Não pelo que acontecerá em Salvador, onde a Seleção Brasileira classificada enfrenta o Chile às 22h. O resultado do Estádio Pituaçu não muda em nada os caminhos da humanidade, mas o que acontecer na rodada europeia das Eliminatórias pode transfigurar a Copa do Mundo da África do Sul.
Países tradicionais como França, Portugal e Suécia correm sério risco de se ausentarem do Mundial. Ainda falta três rodadas, mas portugueses e suecos vivem situação
de pânico com tendência a motim. Como a Argentina sofre na América do Sul e o Brasil vai fechando o grupo sem Ronaldinho e Pato, pode acontecer o
seguinte.
Pode ser uma Copa sem os craques que costumam dar show, aqueles de talento desmedido, que viram notícia em um segundo, às custas de um único lance. Repare só: Zlatan Ibrahimovic, Thierry Henry, Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Carlito Tévez, Sergio Agüero, Ronaldinho, Alexandre Pato.
Todos estes, hoje, estão ameaçados de assistir aos jogos da Copa em casa ou em algum camarote da Fifa na África. Isso sem falar nas vagas de comentarista de TV. O que é péssimo para o futebol. Cristiano Ronaldo, por exemplo. O melhor jogador do planeta está praticamente alijado da Copa. Portugal ocupa um deprimento 4º lugar no Grupo 1, com 9 pontos. Sabe quantos pontos têm a Dinamarca, primeira colocada? Dezessete.
Como se sabe, nas Eliminatórias Europeias são nove grupos. Classificam-se diretamente apenas os campeões. Quem ficar em segundo disputa uma repescagem mais adiante, para fechar as 13 vagas do
velho continente. Detalhe: no grupo de Portugal, o
vice-líder é a Hungria, com 13 pontos. A Suécia de Ibrahimovic está em terceiro, nesta mesma chave, fora da zona de classificação. Aliás: um deles, Cristiano ou Zlatan, está fora da Copa.
A França de Thierry Henry está quatro pontos atrás da líder Sérvia (18 a 14). Holanda, Itália, Alemanha, Inglaterra e Espanha lideram suas chaves, mas nenhuma delas têm craques de batizar uma Copa, como fez Pelé em 1970, Maradona em 1986, Beckembauer em 1974, Garrincha em 1962, Romário em 1994 ou Ronaldo em 2002.
A Argentina ainda segura a quarta e última vaga sul-americana, mas tudo anda tão confuso para os hermanos que não é de duvidar uma tragédia contra Paraguai (hoje), Uruguai e Peru, os próximos adversários da seleção do agora técnico Maradona. Pode ser delicioso para a nossa rivalidade ver os argentinos apenas nos secando na África do Sul, mas seria uma Copa menor sem Messi,
Tévez ou o promissor Agüero.
No caso dos brasileiros Ronaldinho e Pato, só depende deles. Se os dois recuperarem plenitude de rendimento no Milan, Dunga os convocará com certeza, especialmente no caso de Ronaldinho.
Portanto, é uma quarta-feira decisiva. Os amantes da invenção, do inusitado, quem quer ver talento na África, para além do lado coletivo e tático, estes devem ficar de olho nas Eliminatórias da Europa.
E também no que acontecer com a Argentina. É um dia que pode tirar ou colocar craques na Copa. E uma Copa sem craques, vamos combinar, é uma chatice.
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