O complexo palaciano de Saddam Hussein em Tikrit, sua cidade natal e base de seu governo por décadas, está em ruínas, destruído pelas bombas dos Estados Unidos, ocupado por fuzileiros e pilhado por saqueadores.

Nesta segunda, dia 14, soldados norte-americanas e grupos de iraquianos entraram no local pelas margens do Rio Tigre, depois de Tikrit, o último grande bastião das forças iraquianas, ter sido tomado pelos EUA. Nos jardins suntuosos recheados de palmeiras ao redor de construções opulentas, os fuzileiros se banharam, fizeram a barba e usaram os canteiros de flores como banheiro.

Iraquianos admirados andavam pelo local, à procura de bens que pudessem ser levados. Um homem arrastava um lustre colocado dentro de um saco. Metal retorcido e destroços espalhavam-se ao redor do palácio principal, alvo de vários ataques aéreos dos EUA durante a guerra. Dentro dele, atrás das grandes portas de madeira, via-se um cenário de devastação.

Partes do palácio haviam desabado e pedaços de concreto dos andares superiores amontoavam-se sobre o piso de mármore do térreo. Alguns lustres quebrados espalhavam-se pelo chão, enquanto outros ainda pendiam precariamente do teto. Uma camada de pó cinza cobria toda a área.

Nenhum móvel havia sido deixado no palácio central, mas ainda havia coisas para serem levadas em outras construções do complexo. Em uma casa, com muros de mármore rosa e branco, lençóis ainda cobriam uma cama. Em uma mesa baixa de mármore, haviam restos de um jogo de xadrez e um livro de poesia.

O complexo suntuoso, um dos vários erguidos por Saddam em todo o país, choca-se com a paisagem poeirenta de Tikrit. O ex-presidente nasceu em um vilarejo próximo dali. Em meio às casas modestas e lojas que integram a maior parte da cidade, ergue-se uma mesquita espetacular.

As estátuas e os retratos de Saddam em Tikrit foram até agora preservados, ao contrário do que ocorreu em outras partes do Iraque.

As informações são da agência Reuters.