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 | 15/08/2009 05h10min

O Grêmio não estava preparado para o longo Brasileirão

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



 Vinícius Rebello

 

 

 



 

Por enquanto, só o meia Renato Cajá (foto), da Ponte Preta. E, ainda assim, com uma confusão jurídica grande. Fala-se no lateral-esquerdo Lúcio (Hertha Berlim), no atacante Leandro (Verdy Tokyo), agora entrou na lista o argentino Boselli (Estudiantes). Felipe Mattioni não vem mais. Na prática, exames médicos realizados e contrato assinado, só Renato. É pouco. Quase nada.

O Grêmio vive um momento crucial para apontar o seu futuro no campeonato e, por consequência, na próxima temporada — leia-se com ou sem Libertadores. E será a agilidade dos dirigentes para contratar que vai decidir tudo.

Antes era preciso contratar um lateral-direito e um atacante, no mínimo. Agora, só isso não basta. As lesões começam a escancarar as carências de grupo para enfrentar uma competição longa e desgastante como o Brasileirão. Fábio Santos quebrou o pé. Restou só Jadílson na lateral-esquerda.

Nem é preciso falar no estiramento muscular do argentino: 30 dias de molho. Écaso de urgência trazer um atacante para ontem, capaz de chegar e sair fazendo gols nestas seis partidas a serem disputadas sem Maxi (Flamengo, Santos,  Atlético-MG, Botafogo, Vitória e Náutico).

O sofrível Herrera já está fora, também contundido. Tcheco sentiu dores e deixou o treino mais cedo ontem. Normal para um jogador de 33 anos que corre e sua a camiseta. Mas é bom ficar de olho. E se ele estourar?

O Grêmio não se preparou para os prejuízos inevitáveis do Brasileirão. No primeiro semestre, houve Libertadores. O desgaste projetava-se muito maior. O que está acontecendo agora era previsível.

Avisos não faltaram. De conselheiros, da imprensa, dos torcedores: sem grupo é suicídio encarar o Campeonato Brasileiro. O Grêmio alega problemas financeiros. E eles existem, de fato.

O condomínio de credores é uma folha à parte, para além dos R$ 3 milhões de salários dos jogadores. Sei de uma única ação trabalhista cujo valor anda pela casa dos R$ 500 mil corrigidos. É de um ex-funcionário e está indo para a última instância. Só que reconhecer esta realidade não soluciona o problema.

Com ou sem dinheiro, o fato é que o Grêmio vai perdendo jogadores por lesão e não oferece reposição de qualidade. Saíram Maxi e Fábio Santos, entraram Perea e Jadílson. Como não conseguiu vencer fora de casa no primeiro turno, há defasagem de pontos na tabela, agravando o quadro.

É hora de a direção ter agilidade e criatividade na busca por reforços. Para piorar a situação, o rival Inter está se mexendo: trouxe Edu e Fabiano Eller, além de negociar com Cléber Santana — todos jogadores de capacidade comprovada.

Os dirigentes do Grêmio precisam se mexer, e rápido.

Antes que seja tarde demais.



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