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 | 16/07/2009 14h10min

Que os clubes punam expulsões como a de Thiego

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Aconteceu ontem no Couto Pereira um episódio idêntico ao que ajudou a afundar o Inter na final da Copa do Brasil, na derrota por 2 a 0 que endereçou o título ao Parque São Jorge.

Assim como Leandrão foi expulso no Pacaembu ao cometer um ato de barbárie — sim, porque não dá para chamar aquele carrinho só de falta —, Thiego liquidou com o Grêmio do mesmo jeito.

Ele chutou o lateral-esquerdo Douglas a dois minutos do segundo tempo. E o fez por trás, sem dar chance de defesa ao companheiro de profissão. O jogador do Coritiba estava de costas, perto da linha lateral. Não havia risco algum para Victor. Vermelho direto.

Em resumo: se fosse Ultimate Fighting, nota 10 para Leandrão e Thiego. Como é futebol, nota -1 para os dois. É estranho o fato de os clubes não lhes aplicarem ganchos exemplares.

Leandrão não foi sequer advertido depois prejudicar o time no Pacaembu. Com o seu gesto irresponsável, matou qualquer tipo de reação. Ainda não se sabe qual será a atitude da direção do Grêmio. Mas o técnico Paulo Autuori fez a sua parte. Criticou publicamente o gesto de Thiego. Disse que saiu do sério ao constatar a bobagem cometida pelo zagueiro improvisado.

É caso de descontar salário. Só um jogo, além da suspensão automática, é pouco. Tem que ser profilático. Mexer no bolso, cortando o mal pela raiz.

Não digo que Leandrão e Thiego devam ser condenados à forca aos olhos da torcida em volta do patíbulo. Todo mundo erra. O caso clássico é o de Leonardo, hoje técnico do Milan, na Copa dos Estados Unidos, em 1994. 

O ex-lateral de São Paulo e Flamengo é um diplomata da ONU. Poliglota, aposto que nem fala palavrão. Mas perdeu a cabeça e desferiu um cotovelaço que esmigalhou o queixo do norte-americano Tab Ramos. Foi o seu primeiro e único ato de insanidade no futebol. Não creio que Thiego e Leandrão sejam da estirpe de Leonardo, mas não dá para condená-los por decreto.

O certo é que deveria estar escrito na parede do vestiário, em letras vermelhas e azuis, no Beira-Rio e no Olímpico: quem deixar o time na mão pagará por isso. E pagará caro.

Gestos como o de Thiego e Leandrão não podem se repetir. Não sem punição.

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