| 06/06/2009 18h53min
Foi uma goleada emblemática para definir a Seleção Brasileira que teremos na Copa do Mundo da África do Sul, no ano que vem. Quando um time aplica 4 a 0 fora de casa, é raro, quase impossível, não ser obra de uma atuação de gala, um show salpicado por jogadas individuais de repetição garantida no Jornal Nacional. Ainda mais quando há 33 anos não acontecia nem um 1 a 0 brasileiro no Estádio Centenário, em Montevidéu. Mas não é assim que funciona a Seleção de Dunga.
Este é o ensinamento da tranqüila vitória de hoje sobre o Uruguai. Apesar da goleada (gols de Daniel Alves, Juan, Luis Fabiano e Kaká, de pênalti) é difícil lembrar lance de efeito,
balãozinho, janelinha, meia-lua. Ou uma tabela espetacular, de primeira. Um lançamento sensacional.
Houve o calcanhar de Robinho logo no começo do jogo, mas não se pode dizer que tenha sido algo mágico. Magia, aliás, passa ao largo do Brasil de Dunga.
É uma opção. Depois do descompromisso do quadrado mágico de Carlos Alberto Parreira em 2006, na Alemanha, agora o brilho cede espaço para o futebol de resultados. Esta será a característica da Seleção em 2010: o jeito operário de encarar o mundo. Em vez do virtuosismo, a marcação forte no meio-campo com volantes fortes. O próprio Elano é um híbrido entre meia e volante. Ajuda mais a defender do que atacar.
Ao esquecer Pato e deixar Ronaldinho na Itália o técnico sinaliza para este conceito. Não que Dunga desgoste deles. Mas se Luis Fabiano está marcando gols, é ele o atacante, mesmo que Pato seja muito mais talentoso. Se Elano está ali dando carrinho, marcando e ajudando o meio-campo a formar um ferrolho com os zagueiros, é dele o lugar. Kaká, este sim, um craque, nunca fez o estilo "quero ser gênio". Sempre demonstrou
comprometimento tático,
na Seleção e no Milan. Por isso Dunga lhe entregou a camisa 10.
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