| 31/05/2009 05h10min
Como é hoje o anúncio oficial, durante o 59º Congresso da Fifa, nas Bahamas, das 12 cidades brasileiras que receberão jogos da Copa de 2014, vem bem a calhar o estudo realizado pela Casual Auditores Independentes. Eu o recebi de Amir Somoggi, um dos responsáveis pelo relatório final de 12 páginas elaborado pelo conceituado escritório paulista, o mesmo que produz o ranking anual das maiores receitas entre os clubes brasileiros.
Trata-se de um trabalho para vencer as resistências dos que ainda torcem o nariz para a Copa no Brasil. Chama-se "Impacto Econômico da Copa de 2014 no Brasil".
Nem vou mencionar nos benefícios que as obras de infraestrutura exigidas pela Fifa eternizarão nas cidades. Em Porto Alegre, por exemplo: duplicação da Avenida Beira-Rio, o metrô alongado do Mercado Público até o
bairro Menino Deus para transportar 290 mil pessoas por dia, a
duplicação da Avenida Moab Caldas (Tronco), o prolongamento da Voluntários da Pátria, a nova pista do Aeroporto Salgado Filho. Será uma nova capital dos gaúchos a de 2014.
Mas fiquemos, por ora, apenas na parte esportiva. A Copa de 2006, da Alemanha tornou-se exemplo planetário. Para além dos benefícios em infraestrutura, o investimento de 1,5 bilhão de euros na reforma e construção dos estádios revolucionaram o futebol no país.
Após a Copa de 2006 a Bundesliga tornou-se a segunda colocada em geração de receitas entre as ligas de primeira divisão da Europa. Só perde para a Inglaterra. Antes, era quarta força econômica.
Mas repare neste trecho do relatório da Casual Auditores Independentes. Vou reproduzi-lo porque ele é claro. Não tem aquela linguagem técnica condenada a confundir em vez de explicar:
Em um novo contexto de oferta de serviços de mais qualidade para o torcedor, o mercado
brasileiro poderia passar dos atuais um terço de ocupação de seus jogos
para uma evolução constante de seu índice até 50% em 2009. E chegar a até 100% em 2014. O mercado brasileiro de clubes de futebol pode encerrar 2014 produzindo R$ 330 milhões em seus estádios.
R$ 330 milhões!
Agora eu pergunto: você já imaginou um Brasileirão com estádios modernos e lotados quase sempre, capazes de incrementar a receita dos clubes como projeta o relatório? Quantos bons jogadores poderiam ser contratados com este acréscimo de renda? E a praga dos salários atrasados: não terminaria de vez? Tal organização não tornaria os clubes aptos a negociarem patrocínios mais altos? Inter e Grêmio ficariam com os cerca de R$ 4,5 milhões por ano do Banrisul ou buscariam o patamar do São Paulo, que recebe R$ 16 milhões da LG?
É claro que a continuidade deste cenário nos clubes dependerá da gestão eficiente dos dirigentes. Mas não resta dúvida que a Copa de 2014 vai pavimentar o caminho. Quem quiser
que pegue a estrada.
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