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 | 22/05/2009 14h30min

Titulares ou reservas no Brasileirão?

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Está acontecendo com Inter e Grêmio. Mergulhados até o pescoço nas fases decisivas da Copa do Brasil e da Libertadores, Tite e Paulo Autuori precisam decidir se vão de titulares ou reservas no Campeonato Brasileiro.

Entre os que defendem força máxima em qualquer circunstância e os adeptos de poupar os melhores para não correr o risco de perdê-los em jogos mais importantes, escolho o bom senso. Não há razão alguma para ser assim, mas uma discussão pontual do futebol está ganhando matizes ideológicos, como se fosse disputa eleitoral.

O melhor a fazer é olhar para dentro do vestiário e verificar quem não tem reserva. Nem precisa ser um substituto excepcional. Até por que, ao menos quando o técnico não está disposto a reinventar a roda, o titular é sempre melhor do que o reserva. Assim, se não houver reposição mínima, melhor poupar.

Exemplo no Grêmio: Tcheco. Se o capitão se machucar, quem no atual grupo está em condições de desempenhar o seu papel no esquema tático ou cobrar faltas de qualquer lugar do campo a ponto de transformá-la em chance de gol?

Exemplo no Inter: Guiñazu. Quem, no Beira-Rio, preenche o perfil de marcador implacável e armador eficiente durante o jogo inteiro sem jamais deixar cair a intensidade no cumprimento das duas atribuições?

Há pouco tempo, Ruy deveria ser poupado sempre no Grêmio. Agora, há Joílson. Antes de Alecsandro chegar, perder Taison ou Nilmar era caso de suicídio coletivo no Inter. Agora, a ausência de qualquer um dos dois ainda é motivo de preocupação, é claro, mas não se pode torcer o nariz para um centrovante como Alecsandro.

Vale também avaliar o momento das competições. O Grêmio: precisava ter poupado titulares contra o Caxias (levou 4 a 0) para se preservar contra Aurora e Boyacá Chicó? Resultado: antecipou o Gre-Nal e sua própria eliminação. No mata-mata da Libertadores a história é outra.

Portanto, Inter e Grêmio devem definir seus times contra Goiás e Botafogo sob a égide do pragmatismo. Não se pode correr riscos é de perder os insubstituíveis contra Coritiba e Caracas. Os outros podem jogar, desde que não estejam à beira do estresse físico ou sob risco de reincidir lesões. Escalar titulares ou reservas não é uma eleição onde as pessoas escolhem lados para o embate ideológico. É apenas e tão somente o exercício do bom senso.


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