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 | 23/04/2009 12h32min

O renascimento dos supertécnicos

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br
























Lembram da figura do supertécnico, que virou até programa de TV apresentado pelo Milton Neves, na Bandeirantes? Bem, a menos que algo excepcional aconteça na reta final dos estaduais, este ano as celebridades da casamata serão um capítulo à parte na história a ser contada pelo Campeonato Brasileiro. Ainda mais se o consagrado Paulo Autori voltar mesmo ao Brasil pelas mãos do Grêmio.

Wanderley Luxemburgo, sozinho, fatura R$ 500 mil no Palmeiras. Se incluir o restante de seus auxiliares na conta da Traffic, empresa que

gerencia o futebol no Parque Antártica, a fortuna vai a R$ 1 milhão. Um absurdo, mas é isso mesmo. Mano Menezes trocou o Grêmio pelo Corinthians por R$ 320 mil mensais. Muricy Ramalho ganhava R$ 250 mil, mas não sossegou até arrumar aumento para, ao menos, ficar no patamar de Mano. No Fluminense, a Unimed não deve pagar Carlos Alberto Parreira com vale-transporte.

Não se trata, apenas, das contas bancárias. Há outras variáveis para o ressurgimento dos supertécnicos. Alguns treinadores firmaram o conceito de que foram eles, e não o talento de seus jogadores, os maiores responsáveis pelas vitórias recentes. O caso de Mano é clássico. Hoje, só Ronaldo é mais ídolo do que ele para a torcida. Wagner Mancini assumiu o Santos ameaçado de rebaixamento e, apesar da surpreendente eliminação na Copa do Brasil para o CSA, está na final do Paulistão.

Tite, cuja carreira andou no desvio, chega com o título da Sul-Americana e o Gauchão invicto. Até Leão, que parecia sepultado, de juba caída, agora ruge com vigor à frente do Atlético-MG. Ao recuperar Diego Tardelli, reconquistou o mito do disciplinador capaz de endireitar até pau que nasce torto, como diz o ditado.

As câmeras de TV vão se fixar nas casamatas. Vai ser uma polêmica por rodada na entrevista pós-jogo das estrelas. Os supertécnicos voltaram.

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