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 | 19/04/2009 07h10min

No Ataque: Guiñazu, um capitão para duas taças

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br





Desde os tempos de Newell's Old Boys, em Rosário, o argentino Guiñazu nunca pensou que teria a chance de viver um dia como o deste domingo. Se o Inter vencer o Caxias no tempo normal ou nos pênaltis, o argentino com cara de Gengis Khan se eternizará na história vermelha como o capitão que, numa só tarde, ergueu dois troféus.

O cerimonial já está armado. Primeiro, Guiñazu mostrará ao torcedor a Taça Fábio Koff pela conquista do segundo turno. Em tempo: a receberá das mãos do próprio Koff, presidente do Clube dos 13, gentleman e maior dirigente do Grêmio de todos os tempos. Em seguida, aí sim: o troféu do título, o 39º do clube em 90 anos de Gauchão. Aos 30 anos, será a sua primeira vez.

O volante canhoto foi campeão argentino em 2002 e paraguaio em 2006, mas nunca chegou à uma final de campeonato com a braçadeira de capitão. Por isso, Guiñazu já decidiu: no momento solene, o filho Matias, de oito anos, estará ao seu lado no palco armado pela Federação Gaúcha de Futebol em frente às sociais do Beira-Rio. Depois da vitória por 2 a 1 no Gre-Nal do primeiro turno, o argentino treinou, com mostra a foto. Mas era turno. O dia da taça — ou das taças — do título pode ser hoje.



Entrevista: "O pior já foi feito", Osvaldo Voges, presidente do Caxias

Aos 40 anos, o presidente do Caxias, Osvaldo Voges, é um homem feliz. Diz que o Caxias cumpriu o seu papel no Gauchão mesmo que perca a Taça Fábio Koff para o Inter neste domingo. E avisa, para alívio da torcida grená: nem passa pela sua cabeça rescindir o contrato de gestão de 15 anos que o Grupo Voges firmou com o clube. "O pior já passou. Agora, vamos em busca do melhor", prometeu o industrial a coluna No Ataque, lembrando que o grande projeto do clube é a Série C, a partir do dia 24 deste mês. Confira a entrevista:

Pergunta — Surgiram boatos, em Caxias do Sul, dando conta de que o senhor estaria decepcionado com a demora no retorno dos investimentos que sua empresa fez no clube. É verdade?

Osvaldo Voges — Não. As decepções acontecem e te fazem refletir. Por isso já troquei cinco técnicos e quatro diretores de futebol em dois anos. Isso pode passar a ideia de que algo não está andando. Mas é o contrário: é a tentativa de acertar. Assumi disposto a cuidar do clube, que vinha doente há décadas. Um clube sadio monta bons times. Esta era minha preocupação primordial.

Pergunta — E o senhor já conseguiu?

Voges — Sim. Instituição, orçamento, organização, o Caxias é um clube acertado. Funcionamos o ano todo. Pagamos em dia. Agora, quanto ao time, há as variações do futebol. O time pode ser ótimo no papel e nada acontecer. Ou ser fraco e ganhar a Copa Amoretty, como foi o nosso caso.

Pergunta — Mas o senhor fica?

Voges — Meu mandato termina em agosto do ano que vem. A empresa Voges Entretenimento, que tem contrato de gestão de 15 anos com o Caxias, poderá eventualmente rescindi-lo se alguma das partes assim entender conveniente. Mas isso não passa pela minha cabeça.

Pergunta — O Grupo Voges continua no Caxias?

Voges — Sim. O pior já foi feito. Agora vamos trabalhar pelo melhor.

Pergunta— Qual a importância de chegar na final da Taça Fábio Koff?

Voges — Ajuda na composição econômica. Ter vencido o Ca-Ju no Alfredo Jaconi após nove anos foi fundamental para a auto-estima. Eu brinco. Se a gente inventa de ganhar este Gauchão, perco o time todo. E como ficamos na Série C? Mas este problema me serve, é claro.

Pergunta — O papel do Caxias está cumprido?

Voges — Sim. Sou filho de colorado fanático, gosto do Inter, acompanhei o Mundial do Japão. Disse aos jogadores: o Inter de hoje começou a se organizar lá atrás. Estamos no meio desse processo, dentro da nossa realidade. Nosso maior objetivo é voltar à Série B do Brasileirão.

Pergunta — O time será forte?

Voges — Será. Vamos manter o grupo e a comissão técnica. Já temos reforços contratados, inclusive.

Pergunta — Quais?

Voges — Não posso dizer agora. Mas te adianto que alguns são os destaques dos times que não chegaram às finais da Taça Fábio Koff. Não teremos férias depois de domingo. Vamos com tudo para a Série C.

Carlos Alberto Parreira, o mistério



Se alguém decidisse contar a história do futebol pentacampeão do mundo em livro, Carlos Alberto Parreira não caberia em uma página. Seria capítulo inteiro, desde a revolucionária preparação física para a Copa do México, em 1970, até a consagração como técnico em 1994, nos Estados Unidos, passando pelo pioneirismo de desbravar o mercado na África (Gana, 1968) e na Ásia (Kuwait, 1977).

Mas já faz tempo que Parreira só coleciona fracassos: Copa de 2006, a seleção da África do Sul, a eliminação do Campeonato Carioca deste ano e, agora, a derrota para o Águia na Copa do Brasil, à frente do Fluminense.

O que há com Parreira?

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