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Eleições  | 29/09/2010 04h08min

Você sabe quem são os suplentes do seu senador?

Eles não recebem votos, mas podem assumir quando o eleito se afasta por algum motivo

Laura Schenkel  |  laura.schenkel@zerohora.com.br

Distantes dos holofotes da campanha, a maioria dos suplentes dos candidatos ao Senado é desconhecida dos eleitores. Eles não recebem votos, mas podem assumir quando o eleito é convidado para algum cargo no Executivo, como ministro, ou se afasta por um motivo qualquer.

O mecanismo é criticado por cientistas políticos, como Hermílio Santos, professor de Ciências Políticas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS):

– É uma distorção tenebrosa porque não sabemos quem é o suplente. Tem casos, como no Distrito Federal, em que o segundo suplente chegou a assumir. Em outros, o suplente é o financiador da campanha. A gente acaba compondo o Senado com personagens que não vieram a público se candidatar e não receberam nenhum voto.

Segundo o professor, um sistema muito mais justo seria o terceiro candidato mais votado no Estado – que efetivamente recebeu parte da preferência do eleitorado – assumir a cadeira do senador que se afastar. Outro risco, comenta Hermílio, é de o suplente ser, além de desconhecido, desqualificado. Ele cita como exemplo o caso do senador Arlindo Porto (PTB-MG), com mandato de 1995 a 2002, que colocou uma secretária do partido, que trabalhava no interior de Minas Gerais, como suplente, e ela se tornou senadora.

– Há vários casos como esse. O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), por exemplo, se afastou do Senado por motivos particulares, mas, na verdade, foi quase como um acordo entre ele e o seu suplente.

O suplente, quando assume, recebe uma grande vitrina para que possa, nas eleições seguintes, se candidatar ao Senado ou à Câmara Federal, afirma o cientista político. Dessa forma, ele usa sua efetividade como senador para alavancá-lo numa eleição futura:

– É um artifício que funciona como uma escada na construção de carreiras políticas de uma maneira não muito democrática.

O sistema atual também permite colocar um familiar como suplente, mas, na visão de Hermílio, isso é condenável, pois se trata de uma apropriação patrimonialista de um cargo eletivo.

No Rio Grande do Sul, somente um candidato ao Senado tem um parente em sua chapa nestas eleições. José Schneider (PMN) tem como segundo suplente o primo em segundo grau Sérgio Schneider (PMN).

Confira ao lado um perfil dos suplentes dos candidatos líderes nas pesquisas ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

> Saiba quem são os suplentes

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