Eleições | 24/09/2010 13h33min
Diante do impasse quanto à sua candidatura ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC) desistiu de concorrer nas eleições de outubro. A esposa dele, Weslian Roriz, concorrerá em seu lugar. O vice continua sendo Jofran Frejat.
A informação foi publicada há pouco no site de sua filha Liliane Roriz (PRTB), que concorre à Câmara Distrital. Roriz convocou uma entrevista coletiva para esta quarta-feira, às 14h. A decisão foi tomada depois de uma reunião com sua filha e aliados.
A candidatura de Roriz foi questionada no Tribunal Superior Eleitoral, que determinou a impugnação. Ele renunciou ao mandato de senador em 2007 para fugir de processo de cassação, acusado de envolvimento em esquema de corrupção no governo do Distrito Federal. A prática é proibida pela Lei da Ficha Limpa.
Roriz recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Houve empate nesta quinta-feira na votação do recurso.
Legislação permite mudança de candidato
A legislação eleitoral permite que um candidato desista da disputa e coloque outro em seu lugar para disputar as eleições do dia 3 outubro.
— Essa é uma prerrogativa do candidato. Ele pode querer concorrer ou não. E, se desistir, o partido indica outra pessoa. Tem apenas de cumprir os requisitos para isso, como estar filiada a um partido político — disse o advogado especialista em direito eleitoral, Luciano Pereira dos Santos.
Weslian Roriz deverá concorrer com o nome e a foto de seu marido. Com isso, quem votar em Roriz na urna eletrônica, destinará o voto a ela.
— Essa é uma forma de tentar enganar o eleitor. Mas a Lei Eleitoral permite. Até um dia antes da eleição isso pode acontecer. O candidato pode morrer ou ter qualquer impedimento. Aí, o partido indica outra pessoa — completou.
Votação no STF
Em sessão que se estendeu por quase 11 horas, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou esta quinta-feira os rumos e a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa — que torna inelegíveis candidatos condenados por colegiados —, mas não chegou a um veredicto.
O placar de cinco votos a cinco deixou em suspenso a decisão: com o empate, os magistrados resolveram suspender a sessão, mesmo sem chegar a um resultado definitivo.
Uma das teses avaliadas pelos ministros seria aguardar a nomeação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do 11º integrante do Supremo — o substituto de Eros Grau, que se aposentou. Mesmo essa alternativa não encontrou consenso.
As demais, que seriam o voto de minerva do presidente do tribunal para desampatar e a manutenção da decisão primária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também não foram acolhidas.
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