A pouco mais de duas semanas da eleição, a governadora Yeda Crusius (PSDB) ajusta uma série de estratégias para tentar tirar José Fogaça (PMDB) de um eventual segundo turno. Além de buscar contradições no discurso do oponente, a campanha tucana articula a visita de líderes nacionais. Para alardear apoio a Yeda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador mineiro Aécio Neves são aguardados para a próxima semana.

Até expoentes da legenda de Fogaça vêm sendo sondados para demonstrar simpatia pela governadora. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) é um deles, embora sua vinda seja remota devido à amizade com Pedro Simon, um dos coordenadores da campanha de Fogaça.

A ideia é mostrar que o discurso do PMDB gaúcho teria se esvaziado: antes um crítico do PT no Estado, agora o partido se aproxima de Dilma Rousseff (PT) e defende nos programas eleitorais realizações de ex-governadores, entre eles Olívio Dutra (PT).

– PMDB e PT eram como chimangos e maragatos. Sempre estiveram em lados opostos, mas agora parecem a mesma coisa. A estagnação de Fogaça se deve à falta de discurso, e é isso que vamos mostrar – adianta um membro da campanha do PSDB.

Além de atingir Fogaça, também há intenção de desestabilizar Tarso. Porque a campanha do PSDB tem um segundo objetivo: evitar a vitória do petista ainda no primeiro turno. Ontem, o horário eleitoral de Yeda entrou em nova fase – a de comparação explícita entre o governo dela e os anteriores, do PMDB (Germano Rigotto) e do PT (Olívio Dutra).

O objetivo é ligar Tarso ao governo Olívio – algo que o PT vem evitando – e Fogaça à gestão de Rigotto, para tentar convencer o eleitorado que Yeda promoveu realizações que agora os adversários prometem. O vice na chapa da governadora, Berfran Rosado, diz que a estratégia estava planejada desde o princípio da campanha:

– Na primeira etapa, mostramos o que ela prometeu em 2006 e realizou. Na segunda, apresentamos o governo. Agora, queremos dar ao eleitor a oportunidade de comparar o que cada partido fez no governo.

O secretário de Infraestrutura, Daniel Andrade, comemora a evolução da avaliação da administração tucana, que na última pesquisa Datafolha igualou os índices de bom e ótimo com os de ruim e péssimo:

– Para que ela suba nas pesquisas, a primeira coisa que precisamos é o eleitor reconhecer a qualidade do governo. Isso já começou a aparecer.