Política | 03/09/2010 05h30min
Independentemente de quem vencer a eleição em outubro, o futuro governador terá de enfrentar o problema dos pedágios. Firmados em 1998, os atuais contratos de sete concessionárias que administram cerca de 1,8 mil quilômetros de estradas pedagiadas encerram-se em 2013.
Caberá ao novo governador dar uma solução a um assunto que tem sido foco permanente de conflitos e polêmicas entre os gaúchos. Usuários insatisfeitos com tarifas e serviços, concessionárias acusando prejuízos financeiros, ações judiciais, bloqueios de estradas, disputas políticas e outras controvérsias têm marcado o programa desde a sua criação.
Basicamente, o futuro ocupante do Palácio Piratini terá de optar entre três alternativas: prorrogar os atuais contratos de concessão, realizar uma nova licitação ou retomar as rodovias para o controle do Estado.
Zero Hora perguntou aos candidatos ao governo do Estado que decisão adotar em relação aos contratos das concessionárias. Confira.
AROLDO MEDINA - PRP
Fazer nova licitação. Vou convidar o Exército, por meio dos batalhões de engenharia militar de construção, para participar da licitação, pois eles têm preço competitivo e qualidade tão boa com a de qualquer empreiteira. Não vejo governante falar nisso por causa do parceiro empreiteiro que eventualmente ajuda ele na campanha.
CARLOS SCHNEIDER - PMN
Farei uma nova licitação. Jamais ficaria nos termos atuais, muito menos prorrogaria os contratos. O pedágio tem de ter fim mais amplo. Abertura de novas rodovias, pavimentação e manutenção, isso tudo tem de estar englobado em receitas advindas dos pedágios. O Estado estaria desonerado.
HUMBERTO CARVALHO - PCB
Nem licitação nem prorrogação. O Estado assume. Empresas privadas têm por objetivo, por razão de ser, o lucro. E isso não se coaduna com os interesses do Estado e o seu objetivo, que é a prestação de serviço. Pretendemos reestatizar as estradas.
JULIO FLORES - PSTU
Não vamos renovar. O Estado deve reassumir o controle das estradas. Isso não significa necessariamente manter os pedágios, até porque nosso propósito é deixar de pagar a dívida com a União e investir esse dinheiro num plano de obras públicas. Também vamos estimular alternativas como as ferrovias.
MONTSERRAT MARTINS - PV
Não prorrogaria nas condições atuais, pois são caros. Estudaria se seria o caso de novas concessões e em que grau o Estado poderia assumir.
PEDRO RUAS - PSOL
Não farei licitação nem prorrogarei os contratos atuais. O Estado assumirá a responsabilidade. O Estado tem condições de tratar de qualquer área, de logística, transporte, saúde, qualquer área com recursos oriundos do reestudo da dívida com a União. Se houver necessidade, vamos trabalhar com pedágio comunitário.
TARSO GENRO - PT
Primeiro, temos de respeitar os contratos que estão em andamento. Segundo, fazer nova licitação. E, terceiro, reorganizar o modelo aproveitando a experiência federal e o sistema comunitário. Uma decisão é o fim do pedágio entre Farroupilha e Caxias, quando acabar o contrato. Temos de ter um sistema comunitário. Tem de ver em cada estrada qual é o mais adequado. O sistema de polos não será recomposto. A tarifa tem de ser apurada tecnicamente. O ideal é que consigamos uma tarifa pela metade do que está custando hoje.
JOSÉ FOGAÇA - PMDB
Farei nova licitação. O modelo que foi adotado estreitou as opções e provocou o alto valor da tarifa, principalmente porque as concessionárias tiveram de depositar uma elevadíssima quantia para a compra das outorgas. Meu foco é tarifa baixa. Para chegar lá, há vários modelos. Mas o mais importante é a equação política, que não está bem montada. De um lado, o Estado abre mão de administrar as concessões. De outro, o governo federal não aceita a transferência dessas concessões. Se estabelece um impasse e uma certa acefalia.
YEDA CRUSIUS - PSDB
Os pedágios não me pertencem mais (Em agosto de 2009, após ver frustrada a tentativa de prorrogar os contratos em troca de obras, a governadora transferiu o controle dos polos para a União). Quem disser o que vai fazer com os polos pedagiados em 2013 como governador, está falando de uma coisa que não lhe compete. Está com o governo federal. É do governo federal, ele que vai decidir. E o governo federal não tem preconceito contra pedágio. Ele cobriu o Brasil de pedágios, no governo Lula. Então, é ele que vai decidir.
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