Uma nova postura eleitoral está sendo gestada no QG de José Fogaça. Para tentar sair da estagnação nos 27% das intenções de voto e conter o crescimento de Tarso Genro (PT), PMDB e PDT estimularão a legião de prefeitos dos dois partidos a tirarem férias para colocar a campanha na rua.

Os líderes municipais são considerados a chave para as mobilizações e na organização das prioridades em suas áreas de abrangência. Os esforços regionalizados serão intensificados e especialmente concentrados em cidades-polo e de médio porte nas quais as siglas têm representação significativa. São os casos de Passo Fundo, Santa Maria, Rio Grande e Osório.

Encontros regionais com a presença de Fogaça e a passagem dele por municípios reforçam a estratégia. Os próximos estão marcados para ocorrer em Santa Maria, Camaquã, Frederico Westphalen e Canoas.

Diante de um quadro em que o desempenho crescente do candidato do PT já ameaça a ida de Fogaça para o segundo turno, PMDB e PDT têm realizado sucessivas reuniões para chacoalhar líderes de ambas as siglas e motivá-los a arregaçar as mangas.

Fortunati montará núcleos da campanha na Capital

Uma das mudanças teve início por Porto Alegre, já administrada pelo candidato. O atual prefeito, o pedetista José Fortunati, foi escalado para comandar a mobilização na Capital. Fortunati diz que irá se dedicar à função nos horários de almoço e após o expediente. A expectativa é de que, com o envolvimento dele, o PDT mergulhe na campanha. Como um efeito cascata, a atividade do prefeito pode motivar a mobilização de vereadores, líderes comunitários e sindicais de diferentes partidos, acreditam apoiadores da candidatura de Fogaça.

– Imaginamos que, em duas semanas, apareçam resultados concretos nas pesquisas – empolga-se Fortunati, que irá lançar na quinta-feira um comitê suprapartidário em Porto Alegre e, nos próximos dias, montará 17 núcleos da campanha nas regiões do Orçamento Participativo.

Um dos nós da campanha de Fogaça está na Região Metropolitana – onde o PT comanda as principais prefeituras. O dilema do PMDB é fazer com que os candidatos a deputado sejam puxadores de voto. Um dos deputados com maior controle da máquina partidária na região, Eliseu Padilha, está alijado da organização – o que torna a missão mais difícil para o coordenador-geral da campanha, Mendes Ribeiro Filho.

Hoje à tarde, o empenho dos deputados irá pautar uma reunião com os coordenadores das candidaturas proporcionais da coligação.

Um indicativo da falta de comprometimento dos parlamentares com a campanha de Fogaça, apontam peemedebistas incomodados com a situação, foi uma reunião na quinta-feira passada, convocada pelo presidente do partido, Pedro Simon. Menos da metade dos 15 deputados federais e estaduais compareceu. A justificativa foi a incompatibilidade de agenda.