Embora os coordenadores da campanha de José Fogaça (PMDB) tentem botar panos quentes, a visita do presidente nacional do PMDB, Michel Temer, ao Estado segue cercada de tensão.

Vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, Temer se encontrará na quinta-feira com prefeitos peemedebistas que o apoiam, mas enfrenta resistência aberta de simpatizantes de José Serra (PSDB).

Para completar, líderes petistas tentaram convidá-lo para eventos do PT, mas a campanha de Fogaça cortou a iniciativa. Enquanto boa parte dos prefeitos peemedebistas apoia Dilma, a maioria dos deputados prefere Serra. Para não desagradar a ninguém, Fogaça mantém-se neutro em relação à corrida presidencial.

A cúpula da campanha de Dilma no Estado tentou articular a participação de Temer em caminhadas de apoio à petista em Santa Maria e Caxias do Sul. Mas o coordenador da campanha de Fogaça, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB), pediu aos líderes petistas que esquecessem a ideia. Nos dois municípios, os prefeitos Cezar Schirmer e José Ivo Sartori são peemedebistas e mantêm-se neutros.

Dilma, que tinha agenda marcada no Rio Grande do Sul para quinta-feira — mesmo dia da visita de Temer —, agora teve seu comício em Canoas, com a presença de Lula, adiado para o dia seguinte.

O deputado estadual Alceu Moreira (PMDB) é um dos descontentes com a visita do presidente do próprio partido:

— Não tenho condições de fazer nenhum tipo de aproximação. Ele devia vir aqui para manifestar apoio a Fogaça, exclusivamente, e não participar de um encontro divisionista com prefeitos do PMDB.

Após o encontro, na quinta-feira, Temer terá uma reunião com Fogaça e o presidente estadual, Pedro Simon, para avaliar a situação do PMDB gaúcho.