Eleições | 03/08/2010 04h39min
Os tempos mudaram, o dinheiro minguou e a legislação enrijeceu. As avenidas gaúchas ostentam uma timidez em comparação há quatro anos. Campanha que se prezasse invadia agosto alardeando bandeirolas, cavaletes, carros de som, muros pintados e até pernas-de-pau na Rua da Praia. Uma época que foi modificada pelo rigor da lei e por dificuldades na captação de recursos.
– O problema é grana – diz o deputado estadual Luiz Fernando Záchia.
Os candidatos enfrentam um empresariado retraído, resistente às grandes doações. Záchia recorda que, nesta época, em outras eleições, havia uma série de pessoas dispostas a contribuir.
Segundo o advogado Antônio Augusto Mayer dos Santos, especialista em direito eleitoral, os empresários se assustaram com o número de colegas que, nos últimos anos, tiveram seus nomes expostos. A doação revelou-se o embrião de esquemas de corrupção envolvendo caixa 2 em governos:
– Eles (empresários) têm um receio violento. Em caixa 2 ninguém mais fala. Até porque, em caso de qualquer problema na doação de campanha, agora eles são responsabilizados.
As restrições à propaganda eleitoral, incluídas na minirreforma do ano passado, são outro motivo.
– Não é em qualquer lugar que se bota uma placa – diz o deputado estadual Cassiá Carpes.
Coordenador de Comunicação da campanha de Tarso Genro (PT), João Ferrer afirma que os fornecedores exigem garantias para confeccionar o material – outra mudança na lei:
– Antes, havia uma prática de endividamento. A campanha podia não ter recursos, mas tinha crédito, pagava-se depois.
José Fogaça
Segundo a coordenação de campanha, não foi feita a encomenda de uma grande remessa de folderes. No momento, o comitê na Farrapos oferece uma pequena quantidade de adesivos para carro, lapelas e bandeiras. A distribuição dos materiais de campanha será feita por meio das coordenadorias do PMDB e do PDT, de lideranças municipais, vereadores e comitês regionais.
Tarso Genro
Já foram confeccionados milhares de folhetos, adesivos de lapela e de carro. O partido tem evitado distribuir esses materiais de forma indiscriminada. Prioriza diretórios municipais, planfletagem em mobilizações e visitas domiciliares. Já as bandeiradas devem ser intensificadas em setembro. No diretório da Capital é possível encontrar materiais de Dilma.
Yeda Crusius
Os materiais de campanha – milhares de adesivos para carro, bandeiras, folhetos e lapelas – começaram a chegar na sexta-feira. A estratégia é distribuir o chamado kit básico entre vereadores, prefeitos e líderes regionais da coligação. As primeiras remessas de material do candidato José Serra chegaram ao diretório estadual no final da semana passada.
Pelo Interior |
- Novo Hamburgo – Há carros de som circulando pelas ruas e veículos adesivados, mas o movimento é tímido. Militantes se reúnem com bandeiras e santinhos nas manhãs de sábado, especialmente na Praça do Imigrante, no Centro. |
- Pelotas e região – Pouco ou quase nada se vê de propaganda nas ruas do sul do Estado, inclusive com santinhos. |
- Região das Hortênsias – Em Gramado, Canela e Nova Petrópolis, não há cartazes, nem distribuição de santinhos ou carros de som. Em Canela, só um cartaz foi visto pela reportagem entre os escombros do vendaval da semana passada. |
- Região Noroeste – Movimentação é pequena em Ijuí e Cruz Alta. Há alguns cabos eleitorais ou militantes distribuindo adesivos, santinhos ou com bandeiras, sobretudo em semáforos. Há poucos cartazes, assim como carros de som. |
- Rio Grande – Campanha tímida. Carros adesivados com nomes e fotos de candidatos aumentam. Veículos com jingles circulam na cidade, alguns com paródias de músicas sertanejas e de axé. No calçadão, há distribuição de panfletos. |
- Uruguaiana – Cidade não entrou no clima das eleições. O único indício de campanha são bicicletas andando nas ruas centrais com alto-falantes entoando os jingles de candidatos. |
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