A seleção paraguaia é a quarta sul-americana nas quartas de final da Copa do Mundo. Depois de um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, venceu o Japão por 5 a 3 nos pênaltis e fez história, pois nunca havia chegado tão longe em um Mundial. Agora, aguarda a definição do seu adversário entre Espanha e Portugal, que se enfrentam à tarde, para saber contra quem jogará às 15h30min do próximo sábado, no Ellis Park em Joanesburgo.

Em nove cobranças, o único a desperdiçar foi o japonês Komano. Na terceira rodada, ele acertou o travessão. Cardozo acertou o quinto chute paraguaio, e desobrigou o Japão de fazer seu quinto arremate.

Foi o pior jogo das oitavas de final

Desde o início, foi um jogo muito equilibrado e igual. Igualmente ruim. Certamente o pior da fase de oitavas de final, talvez até de toda a Copa do Mundo. Já começou morno, sem graça. Nenhuma das equipes ousava se arriscar. O Paraguai tentava chegar com cruzamentos, e o Japão, com chutes de média distância.

O primeiro lance de emoção ocorreu aos 20 minutos, quando Lucas Barrios girou bonito dentro da área e saiu na cara do gol, mas chutou fraco, para boa defesa de Kawahima. No minuto seguinte, o Japão respondeu. Matsui mandou uma bomba de fora da área, de primeira, que explodiu no travessão de Villar.

Depois disso, o jogo continou igual. O Paraguai melhorou um pouco e perdeu outra boa chance com Santa Cruz, aos 29, mas logo o Japão equilibrou novamente. Aos 40, foi Honda quem perdeu grande chance. Após contra-ataque rápido, o craque japonês chutou da entrada da área, de pé esquerdo, à direita do gol.

Segundo tempo frustra expectativas 

Para a segunda etapa, o Paraguai voltou melhor. Criou algumas chances de gol e deu trabalho para a zaga japonesa. Aos 10 minutos, Benítez dominou com liberdade, no canto esquerdo da área, e teve todo o tempo para armar o chute de esquerda. Nakazawa se jogou na direção da bola e conseguiu cortar para escanteio. O Japão respondeu com Túlio Tanaka, que cabeceou à esquerda do gol após uma cobrança de escanteio.

Destaque do time paraguaio, Haedo Valdéz, inicialmente poupado por dores musculares, entrou no lugar de Benítez. Takeshi Okada trocou seu armador Matsui por Okazaki, centroavante trombador. Nenhum conseguiu jogar realmente bem.

Outras alterações se seguiriam, mas nada melhorou o panorama do jogo. Os momentos de mais emoção eram os choques ríspidos, como o de Villar com Okubo, quando o goleiro paraguaio foi atingido pelas travas da chuteira do atacante japonês. Ou quando dois jogadores do mesmo time se bateram: Túluio Tanaka teve de ser atendido fora de campo após levar uma joelhada do companheiro Kawashima.

Mesmo com o esboço de pressão japonesa no final, o resultado mais justo foi o 0 a 0. Curiosamente, foi o mesmo placar dos últimos dois encontros entre os times, amistosos disputados em 2003 e 2008 no Japão.

Paraguai tenta evitar os pênaltis

Como o Japão já demonstrava estar melhor fisicamente, Gerardo Martino tirou o cansado Santa Cruz e colocou Cardozo. Em sua segunda prorrogação em Copas do Mundo — a primeira foi contra a França, na França, em 1998 —, o Paraguai teve melhores chances do que teve em toda a partida. Aos sete minutos, Kawashima abafou chute de Haedo Valdez. Aos 10, Barreto dividiu com a zaga japonesa, cabeceou e, no rebote, colocou por cima do gol.

O Japão, que nunca havia disputado prorrogação em um Mundial, tentou alguns cruzamentos para a área. Aos 10 minutos, Okazaki deu belo passe para Honda, que avança e cruza para o meio da área, com Villar já fora do gol, mas o passe não encontrou nenhum companheiro. Não foi o suficiente para evitar a primeira disputa de pênaltis desta Copa do Mundo.

Veja como foi o jogo, com comentários de Mário Marcos de Souza: