Suíços e hondurenhos precisavam atacar e fazer gols para sonhar com uma vaga nas oitavas. Como nos outros jogos, esbarraram mais uma vez em suas limitações, e o empate em 0 a 0 em Bloemfonteim eliminou as duas equipes no Grupo H.

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Em um jogo fraco no primeiro tempo, mas um pouco mais franco e emocionante na etapa final, a igualdade refletiu as campanhas das seleções neste Mundial.

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Espanhóis e chilenos, ambos com seis pontos, ingressaram na segunda fase. Suíça fechou sua participação com quatro pontos, enquanto Honduras, sem marcar gols, alcançou um ponto na primeira fase.

Trajetórias "vitimam" as equipes

Reconhecida historicamente por seus aplicados sistemas defensivos, a Suíça levou um gol e fez outro em dois jogos, vencendo a favorita Espanha na estreia. Já Honduras, com seu futebol veloz mas sem consistência, levou três e não marcou um gol sequer.

Numa partida em que as equipes precisavam vencer a qualquer custo para manter viva a chance de classificação, suíços e hondurenhos ratificaram as suas deficiências no primeiro tempo.

De dar sono

O time armado por Ottmat Hitzfeld seguiu a vocação defensiva das seleções suíças. Propor o jogo para uma equipe nascida para se resguardar foi um contrassenso intransponível. A etapa inicial foi sonolenta, com poucas chances para o gol inaugural. O primeiro chute foi suíço, aos 10 minutos, com Inler, arriscando de fora da área, para fora. Honduras tentava responder com velocidade, pelas pontas. Faltava, no entanto, achar o espaço no eficiente ferrolho suíço. Enquanto isso, o ataque da seleção europeia rondava a área alheia, mas não penetrava. Pelo alto, surgiu a melhor chance do primeiro tempo: aos 16 minutos, Barnetta cruzou, mas Derdyok cabeceou mal.

Depois desse lance até o desfecho dos 45 minutos iniciais, pouco aconteceu. A obrigação dos times em executar tarefas com as quais não estavam acostumados minou as alternativas da partida, pelo menos no primeiro tempo. De qualquer forma, um alento aos europeus: com a vitória espanhola sobre o Chile, por 2 a 0, os suíços só precisavam de um gol.

Gol em Pretória incendeia jogo em Bloemfonteim

O segundo tempo mal havia começado quando o Chile descontou em Pretória. O resultado obrigava os suíços a vencer por dois gols de diferença. Mas balançar as redes não é exatamente a especialidade da casa suíça. Logo depois do gol chileno, quase que os hondurenhos abriram o placar, aos sete minutos. O gol só não saiu porque Suazo, sozinho na pequena área, errou o golpe de cabeça, num incrível lance desperdiçado pelo time da América Central.

Mesmo precisando do gol salvador, os suíços não conseguiam se desapegar de sua vocação pela defesa. Tanto que só conseguiam atacar depois de serem assediados pela rápida ofensiva dos hondurenhos. Barnetta e Derdyok chegaram bem na área oposta, mas finalizaram com defeito.

Honduras tem as melhores chances

Na medida em que os minutos passavam, no entanto, as duas seleções se jogaram resolutas ao ataque. Dos 30 minutos em diante, o que se viu foi uma verdadeira "pelada", em que não havia mais meio-campo. O jogo virou um imenso desafio entre contragolpes suíços e hondurenhos. Menos pressionados, os hondurenhos estavam quase certos da eliminação dado o saldo de gols. Com isso, tranquilos, atacavam com muitos homens, confundiam a zaga suíça, que contou com o goleiro Benaglio para salvar chute de Jerry Palacios. A Suíça lançou mão do centroavante Frei. Recuperando-se de lesão, jogou os minutos finais no sacrifício e pouco fez. 

Os jogadores das duas seleções desceram aos vestiários eliminados, depois de um empate justo e coerente com a trajetória das equipes no Mundial. Seria demais para qualquer um dos times golear ou ser goleado. Seria também um exagerado prêmio o ingresso nas oitavas, seja aos aplicados suíços ou aos velozes hondurenhos.