Diante da possibilidade de o PMDB inscrever apenas o nome do ex-governador Germano Rigotto na corrida pelo Senado, o deputado federal Ibsen Pinheiro garantiu ontem que não irá brigar pela segunda indicação. Como o PSDB decidiu retirar o nome do ex-vice-governador Vicente Bogo em prol da candidatura única de Ana Amélia Lemos (PP) ao Senado, peemedebistas estudam adotar estratégia similar.

No final de maio, o deputado foi convencido pelo presidente estadual do PMDB, senador Pedro Simon, e pelo próprio Rigotto a disputar a segunda vaga ao Senado. O partido pretendia evitar que o segundo voto de Rigotto fosse dado a Ana Amélia ou a Paulo Paim (PT), seus principais adversários.

Com o acordo firmado entre PSDB, PPS e PP, caciques peemedebistas estão de olho num eventual fortalecimento da candidata progressista. Eles consideram arriscado lançar dois nomes, que dividiriam o tempo de rádio e TV, quando Ana Amélia dominaria sozinha seu espaço.

Diante do novo cenário, Rigotto analisa que há necessidade de dar um plus à candidatura peemedebista – ou seja, a sua.

– Ibsen nunca pleiteou ser candidato. Até hoje nunca se viu uma movimentação dele em torno da candidatura – justifica o ex-governador.

Se não disputar o Senado, o deputado deve ficar de fora do pleito de 3 de outubro. Assim, retomaria uma decisão tomada no começo do ano. Em conversa com Simon na terça-feira, Ibsen foi taxativo:

– Estou à disposição, mas não estou pleiteando.

Com convenção marcada para sábado, o PMDB também investe em uma coligação com DEM ou PTB. De olho na ampliação do tempo de exposição do candidato José Fogaça no horário político, o partido chegou a oferecer a segunda vaga ao Senado ao deputado federal Germano Bonow (DEM). Ele, porém, insiste que não será candidato a nada este ano. Até ontem, as conversas com as duas siglas não haviam evoluído.

Chegada de Simon deve contribuir para definição

A executiva ainda está dividida na estratégia mais adequada. Uma corrente defende somente a candidatura de Rigotto, que deve prevalecer. Mas também há dissidentes que avaliam que o PMDB pode sair perdendo ao não indicar um segundo nome. Um debate que promete se aprofundar a partir de hoje – quando Simon desembarca na Capital, para começar a definir a questão.